A conversa entre os ex-governadores João Doria e Eduardo Leite foi o primeiro passo para, se for o caso, mais à frente, o PSDB buscar uma chapa pura para a Presidência da República. A portas fechadas, foi dito que o União Brasil descartou Sergio Moro como candidato e apresentou Luciano Bivar, que não é visto como opção real. Simone Tebet já afirmou que não aceita ser vice de ninguém, e o partido dela, o MDB, está para lá de dividido. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), cogita apoiar Bolsonaro num cenário de segundo turno entre o atual presidente e Lula, enquanto os senadores da legenda defendem o apoio a Lula logo na convenção de julho. Portanto, resta de chances, numa terceira via, o PSDB.
Quanto a quem será o candidato, Doria tem a preferência. Venceu as prévias e, pelo critério de intenção de voto, não há outro nome que seja mais viável que o dele dentro dos partidos que decidiram buscar uma candidatura única para enfrentar Lula e Bolsonaro. Quanto à rejeição, argumento usado pelos aliados de Eduardo Leite para tentar tirar Doria do páreo, o paulista rebate dizendo que venceu duas eleições — prefeitura e governo de São Paulo — e que a dinâmica da campanha mostrará sua viabilidade. Doria e Leite, juntos, têm a chance de se diferenciar da turma que, de público, busca uma candidatura para se contrapor à polarização Lula-Bolsonaro, mas, nos bastidores, permanece o estica-e-puxa entre esses dois extremos. Resta saber se as torcidas de Doria e de Leite aceitarão uma chapa única, que periga só sair em julho, temporada das convenções para escolha de candidatos. Até lá, muita água ainda vai rolar sob a ponte da terceira via.
A senha
A entrada da presidente do Podemos, Renata Abreu, no portfólio da terceira via vem sendo usada como argumento para deixar a escolha de um candidato único mais para a frente. Ou seja, 18 de maio foi estipulada como a data para a definição do nome, mas no balanço das horas tudo
pode mudar.
Enquanto isso, nos polarizados…
Se Lula e Bolsonaro participarem dos debates eleitorais em agosto, um dos rounds será sobre obras. O PT de Lula se prepara para dizer aos quatro ventos que o atual governo não lançou sequer uma obra e o que fez foi apenas concluir as que já estavam em andamento, idealizadas na gestão petista.
… a briga pela paternidade rola solta
Os aliados de Bolsonaro repetem, diariamente, que foi tanto desvio de recursos, no passado, que não foi possível concluir as obras.
Melhor de três
Por fora daqueles que tentam se unir em torno da terceira via estão o PDT, de Ciro Gomes, que, paulatinamente, vai tocando sua pré-campanha, tentando ampliar seu espaço, e… o PSD. Gilberto Kassab garante que seu partido terá candidato próprio ao Planalto.
CURTIDAS
Deu ruim I/ Aliados do presidente Jair Bolsonaro consideraram para lá de infeliz a frase em que ele disse se sentir um prisioneiro no Planalto. É que pode passar a ideia de que ele não deseja ser reeleito.
Deu ruim II/
Alguns governadores chamados a conversar sobre um possível apoio a Lula (foto) foram recebidos por José Dirceu, João Paulo Cunha e João Vaccari Neto. Saíram convencidos de que o partido dificilmente trará algo de novo.
Nem tanto/ Nas entrevistas que tem dado nas rádios Brasil afora, o ex-presidente tem lançado as bases de um novo programa de governo. Esta semana, falou em nova legislação trabalhista, que leve em conta os avanços tecnológicos, em especial o home office.
Corda em casa de enforcado.../ A deputada Bia Kicis (PL-DF) levou o assunto da compra de Viagra pelo governo do Rio Grande do Norte para a solenidade do Dia do Exército. Na ala reservada às autoridades, ao lado do deputado general Girão (PL-RN), ela fazia uma transmissão ao vivo para suas redes sociais e perguntou ao parlamentar: "E aí? Sua governadora está comprando Viagra lá para quê?" Eis que o deputado responde: "Tive um problema cardíaco e precisei tomar esse medicamento. Os petistas criticaram e, agora, morderam a língua. Disseram que compraram por decisão judicial", respondeu Girão. Alguns militares que ouviram a conversa não gostaram de ver o tema recolocado. Ainda que fosse em defesa das Forças Armadas.
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