CONJUNTURA

Bolsonaro sugere interferência militar no impeachment de Dilma

Em discurso no evento do Dia do Exército, o presidente lembrou da atuação do general Villas Bôas na época em que a petista comandou o Brasil

Cristiane Noberto
postado em 19/04/2022 12:27

O presidente Jair Bolsonaro (PL) insinuou que houve interferência militar na política em 2016 ao dizer que o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, participou e marcou a história ao atuar durante o ano do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

“Também, agora em 2016, em mais outro momento difícil da nossa nação, a participação do então comandante do Exército Villas Bôas marcou a nossa história. As tentativas de tomada de poder, de mudanças em nosso governo, em alterações na nossa forma de viver, isso é inadmissível, em todos os momentos da história, as Forças Armadas, o Exército a fez”, disse na manhã desta terça-feira (19/4), na cerimônia do Dia do Exército.

Bolsonaro falava sobre a participação da Força em momentos históricos do país. Ele lembrou da “presença” dos militares em 1922, a primeira revolta militar, o movimento tenentista na República Velha, em 1935, na Intentona Comunista, em 1964, no Golpe Militar, e em 1986, “com a transição (do governo militar para o presidencialismo) com a participação ativa do então comandante do Exército, Leônidas Pires Gonçalves”. Segundo Bolsonaro, a “transição foi feita com os militares e não contra os militares”.

O presidente também frisou o discurso do comandante do Exército, general Freire Gomes, no qual falou sobre liberdade. “Na sua nota de hoje um parágrafo tem que nos marcar, vossa excelência bem disse: “O cidadão ao respeitar e valorizar os seus soldados, em essência, está investindo na garantia do seu bem maior, a sua liberdade". As Forças Armadas não dão recado. Elas estão presentes, elas sabem como proceder, sabem o que é melhor para o seu povo, o que é melhor para o seu país”, disse.

O chefe do Executivo ainda destacou que as forças armadas têm participação ativa na garantia da lei e da ordem, da soberania e do “regime ao qual o povo quer viver”. “E nós sabemos que esse regime acima de tudo, é a nossa liberdade. Porque todos sabem que um homem e uma mulher sem liberdade não vivem. Tenho dito que a nossa preocupação é com o cumprimento da Constituição, é com o bem de todos, é com a paz e a harmonia”, afirmou o presidente.

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