Bisneto de JK relembra sonho democrático de Brasília em solenidade

Por meio das lembranças do bisavô, André Octavio Kubitschek relembrou os perigos da ditadura e reavivou a importância da democracia

Tainá Andrade

postado em 18/04/2022 21:33 / atualizado em 18/04/2022 21:33

André Utilizou a palavra para defender a democracia brasileira - (crédito: Reprodução / Senado Federal )

“Meu bisavô disse certa vez que era necessário a realização de uma nova dinâmica política no país. Brasília seria o pólo irradiador de desenvolvimento do Brasil”, afirmou André Octavio Kubitschek, bisneto de Juscelino, ao participar da solenidade, feita nesta segunda-feira (18/4), em homenagem aos 62 anos de Brasília, no Senado Federal.

André Utilizou a palavra para defender a democracia brasileira e lembrou que sobre o planejamento pensado por JK para o Brasil, cuja intenção era que o país saísse do subdesenvolvimento por meio de um Plano de Metas, com base em um governo democrático e aberto ao diálogo.

“Estava ancorado no estímulo à indústria nacional, para gerar empregos e riquezas; construção de estradas para o escoamento da produção; hidrelétricas para gerar energia abundante; educação para uma maior instrução, crença nas futuras gerações, e por fim uma produção de alimentos que abasteceria toda população. Um plano cujas bases foram executadas em cinco anos de mandato. Num governo democrático, aberto ao diálogo e respeitoso aos três poderes da República”, explicou.

O bisneto de JK também destacou os perigos do regime oposto à democracia, a ditadura. Um dia após serem divulgados, pela jornalista Miriam Leitão, áudios do Supremo Tribunal Militar (STM) sabiam das torturas praticadas por militares, André lembrou sobre o período que o bisavô foi cassado pelos carrascos e teve que viver durante três anos no exílio. Relatou sobre o retorno de JK que, inconformado, enfrentou a repressão como membro da Frente Ampla, movimento voltado para a redemocratização do Brasil.

“É do conhecimento de todos, inclusive, o episódio da viagem do meu bisavô a Luziânia, quando seu avião sofreu uma pane e solicitou à torre de comando do aeroporto de Brasília autorização para pousar. Pedido que foi negado, tendo em vista que o fundador não podia visitar a cidade que criou”, declarou.

“Situações como essas, vividas pela minha família, nos fazem refletir sobre a importância da democracia. Quero ressaltar que muito mais que uma palavra bonita a ser jogada ao vento, democracia é uma ação conjunta, pautada na liberdade política, no respeito às instituições, no diálogo entre os três poderes da República, na responsabilidade social e nos deveres de todos para com a Constituição”, continuou.