O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pré-candidato ao Planalto participou, na manhã desta quinta-feira (14/4), de evento em São Paulo com representantes das principais centrais sindicais do Brasil. O provável vice de Lula na corrida eleitoral, o ex-governador Geraldo Alckmin, também esteve no encontro, na primeira agenda política dos dois juntos.
No encontro desta manhã, representantes sindicais defenderam a revogação da reforma trabalhista, citada em nota da diretoria do PT divulgada ontem (13/4). As entidades entregaram ainda uma carta a Lula com 63 propostas para aumentar empregos e recuperar direitos trabalhistas.
"Nós vamos conversar não apenas com os sindicalistas, mas com todos os setores da sociedade. É plenamente possível acabar com a miséria nesse país. É plenamente possível colocar o povo mais humilde dentro das universidades brasileiras", afirmou Lula, em discurso aos sindicalistas. "É plenamente possível o Lula e o Alckmin fazerem uma chapa para reconquistar os direitos do povo trabalhador desse país."
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O ex-presidente criticou a reforma trabalhista e sindical, afirmando que o governo Bolsonaro desmontou os direitos trabalhistas e tentou destruir a estrutura sindical. Para Lula, porém, os sindicatos provaram que existem “independentemente da vontade deles”.
"O que está acontecendo aqui é novidade na minha vida política. Sou amigo de todos vocês, mas nunca tivemos uma campanha em que todas as centrais, com a exceção da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), estiveram juntas para apoiar uma candidatura a presidente da República”, disse o ex-presidente.
Às centrais sindicais presentes, Lula defendeu também a realização de uma reforma tributária que preveja impostos maiores para os mais ricos, "que não permita que a pessoa que viva com seu salário de três, quatro mil reais, pague o mesmo imposto que o presidente de um banco que vá comprar o mesmo produto".
Alckmin também discursou brevemente aos presentes, afirmando que, em tempos difíceis, o povo brasileiro tende a se unir, fazendo críticas ao governo Bolsonaro por “odiar a democracia” e “ter admiração pela tortura”.
“Venho somar o meu esforço, pequeno, humilde, mas de coração. A luta sindical deu ao Brasil o maior líder popular deste país, Lula”, afirmou o ex-governador.
Cobranças dos sindicatos
Entre as medidas defendidas pelas centrais sindicais na carta entregue a Lula estão o fim da política de paridade internacional de preços da Petrobras, implementada no governo Temer em 2016. As entidades defendem ainda a volta de uma política de valorização do salário mínimo considerando a inflação, políticas de distribuição de renda, geração de emprego e ampliação dos direitos sociais, especialmente para trabalhadores por aplicativo.
O documento foi produzido durante a Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat 2022) ocorrida na semana passada, que contou com a presença da CUT, a Força Sindical, a UGT, a CSB, a CTB, a Nova Central, a Conlutas, a Intersindical e a Pública.
“Nós sabemos muito bem o que o Lula fez com o Brasil quando foi presidente. Fez com que a Petrobras, após o maior evento de capitalização do mundo, tivesse um lucro recorde em toda a sua história de 20 bilhões de dólares”, disse no encontro das centrais sindicais o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.
“O Brasil precisa urgentemente ser um país que cresça, que gere empregos. Você vai voltar ao governo carregado na classe trabalhadora desse país”, afirmou também o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista, Moisés Selerges Júnior.
Já a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Juvandia Moreira Leite, defendeu que as empresas públicas estão sendo desmontadas pelo atual governo, e que o sistema financeiro atual está servindo para tirar dinheiro da população.
“Nós precisamos que o senhor volte a governar esse país. O desemprego das mulheres é ainda maior. O desemprego das mulheres negras é ainda maior que o das mulheres brancas. Precisamos de um governo que olhe para o povo do jeito que é”, afirmou Juvandia.
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