De olho no eleitorado feminino, público no qual mais enfrenta rejeição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta terça-feira (12/4), ter participado de uma reunião com deputadas, onde teria assinado três projetos de lei temáticos. O chefe do Executivo, porém, não detalhou quais seriam, mas destacou que a gestão dele chegou à marca de “63 leis de interesse das mulheres". "E se é de interesse das mulheres, é interesse nosso também”, disse.
“Agora pouco tivemos uma reunião com deputadas onde assinamos três projetos de lei de interesse das mulheres no Brasil e eu confesso que desconhecia. Nós chegamos a 63 leis de interesse das mulheres e se é de interesse das mulheres, é interesse nosso também. Realmente, é um governo que faz por todos”, disse em discurso no Palácio do Planalto durante anúncio de instalação de 12 mil novos pontos de Wi-Fi Brasil em escolas públicas.
Outra aposta de Bolsonaro é investir na presença da primeira-dama Michelle Bolsonaro nas viagens que o mandatário faz pelo país. Na semana passada, Michelle participou de quatro agendas, no Rio Grande do Sul e no Paraná. Carismática e simpática, o presidente acredita que ela consiga angariar votos no pleito de outubro.
Porém, o histórico do presidente em relação às mulheres deixa a desejar. Em outubro do ano passado, o presidente vetou trecho de uma lei que distribuiria absorventes de forma gratuita para pessoas em vulnerabilidade social, alegando falta de previsão orçamentária para custear a medida. Já no último dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, após polêmicas, onde chegou a ironizar que “mulher começou a menstruar no meu governo”, sancionou um decreto com um viés semelhante, mas que não possui público alvo definido conforme o projeto vetado que previa ainda a inclusão do absorvente na cesta básica. Na mesma ocasião, destacou ainda que “hoje em dia, as mulheres estão praticamente integradas à sociedade”.
Em fevereiro de 2020, Bolsonaro ofendeu a jornalista da Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello, com uma insinuação sexual ao comentar o depoimento na CPI das Fake News no Congresso, feito por Hans River, ex-funcionário da Yacows, uma agência de disparos de mensagens em massa por WhatsApp. “Ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, disse aos risos. O chefe do Executivo foi condenado a pagar R$ 20 mil à profissional por danos morais.
Em 2017, durante uma palestra no Rio de Janeiro, o chefe do Executivo se referiu à sua única filha, Laura, como uma “fraquejada”. “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, aí no quinto eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”.
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