O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar, nesta terça-feira (12/4), ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo comentou, sem citar nomes, uma fala do ministro Ricardo Lewandowski, ocorrida no último domingo (10).
"Vocês viram eu sendo acusado de ter matado gente na pandemia por um ministro?", questionou, em tom de ironia.
Lewandowski destacou, na data, o papel do STF durante a pandemia e a necessidade de intervenções do Judiciário diante da inércia do governo federal em tomar medidas eficazes para o combate ao coronavírus. Segundo o magistrado, a "atitude negacionista do governo" foi responsável pelo aumento no número de mortos por covid-19. Até o momento, mais de 650 mil brasileiros perderam a vida em decorrência da doença.
A fala de Lewandowski ocorreu na conferência internacional Brazil Conference, realizada neste fim de semana em Boston, nos Estados Unidos.
“No Brasil, o governo federal, que é responsável pela coordenação do Sistema Único de Saúde (SUS), relutou em tomar providências efetivas contra a doença. Demorou a iniciar a imunização em massa sob dois argumentos fundamentalmente: em primeiro lugar, (argumentando) que as vacinas eram ainda experimentais; e, em segundo lugar, (alegando) que a vacinação não era obrigatória”, disse o ministro.
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Ataques à democracia
Bolsonaro também falou indiretamente sobre a declaração do ministro Luís Roberto Barroso, que participou do mesmo evento no domingo. O ministro relatou ataques à democracia no Brasil e falou em "populismo autoritário".
"Outro [ministro] falando: 'Eu sou a democracia, eu sou a verdade'. Faltou falar: 'Sou a luz, a fé e a esperança” e ‘Nós vamos vencer o inimigo', que sou eu", continuou o presidente.
“Esse que falou ‘Eu sou a verdade’… foi advogado do Battisti", finalizou Bolsonaro, sobre o caso do italiano Cesare Battisti.
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