O Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio começa na prática nesta terça-feira, 12, o processo que poderá resultar na perda de mandato do vereador Gabriel Monteiro (PL). O colegiado vai escolher o relator da representação aberta contra o político. Ele foi denunciado por supostos assédio moral e sexual contra assessores e ex-funcionários, por manipulação de vídeos e por infração ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Monteiro nega ter cometido crimes e atribuiu a acusações a adversários políticos, que estariam tentando destruí-lo.
Após escolha, o relator terá até cinco dias para citar Monteiro. Será o primeiro passo para que o ex-PM apresente, em até dez dias, sua defesa por escrito e provas para contestar a denúncia.
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Após a tramitação no Conselho, o caso será levado ao plenário da Casa para votação. Monteiro precisa da maioria absoluta dos parlamentares para que o processo seja suspenso. Caso não atinja o número, terá o mandato cassado. A decisão deve ser tomada em até 90 dias.
A abertura do processo no Conselho de Ética foi decidida, por unanimidade na terça-feira, 5. Os parlamentares votaram a favor da representação após reunião com o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, e com a delegada Gisele Espírito Santo, da Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá.
Três inquéritos contra Monteiro devem ajudar o conselho a decidir. Um deles investiga suposto assédio sexual do vereador contra uma ex-assessora. Outro apura por suposta violação de direitos de uma criança que aparece em um dos vídeos de "experimento social" protagonizados pelo político. O terceiro trata de vídeos vazados. Neles, o parlamentar aparece fazendo sexo com adolescentes.
O vereador Chico Alencar (PSOL), integrante do Conselho, já se posicionou favorável ao andamento do processo contra Monteiro. De acordo com ele, os indícios contra o vereador são graves.
"Tivemos uma reunião com o procurador-geral (de Justiça) do Estado e mais oito promotores de diferentes procuradorias do Ministério Público. O conjunto da obra é muito contundente. Eu já tenho a convicção da necessidade de abertura de um procedimento ético disciplinar. Há elementos", contou.
Nas redes sociais, Gabriel Monteiro reitera sua inocência. Diz que o conselho irá absolvê-lo.
"O Conselho de Ética da Câmara não abriu processo contra mim! Vai pegar minhas provas que tantas reportagens quiserem esconder. Tentaram fazer covardia, mas Deus é maior. Agradeço!", escreveu.
Compõem o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara do Rio os vereadores Alexandre Isquierdo (DEM), atual presidente do grupo, Rosa Fernandes (PSC), Chico Alencar (PSOL), Luiz Ramos Filho (PMN), Teresa Bergher (Cidadania), Zico (Republicanos) e Wellington Dias (PDT), como suplente.
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