Escândalo na Educação

Pastores se negam a falar no Senado sobre propina para liberar verbas do MEC

Ausência dos pastores na audiência do Senado fez com que o presidente da Comissão de Educação, senador Marcelo Castro (MDB/PI), indicasse que a instalação de uma CPI "está cada vez mais próxima"

Maria Eduarda Cardim
postado em 07/04/2022 15:24
Milton Ribeiro com os pastores Arilton Moura (ao fundo) e Gilmar Santos num culto em Goiânia -  (crédito: Reprodução/redes sociais)
Milton Ribeiro com os pastores Arilton Moura (ao fundo) e Gilmar Santos num culto em Goiânia - (crédito: Reprodução/redes sociais)

Convidados a falar na audiência pública da Comissão de Educação do Senado sobre a suspeita da oferta de propina para liberação de verbas do Ministério da Educação (MEC), os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura não compareceram ao Congresso nesta quinta-feira (7/4). Os pastores estão envolvidos no suposto esquema informal de obtenção de verbas da pasta.

A ausência dos líderes religiosos na audiência fez com que o presidente da comissão, senador Marcelo Castro (MDB-PI), indicasse que a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) "está cada vez mais próxima de acontecer". "Um remédio amargo, porém necessário", completou.

Os pastores Gilmar Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas, e Arilton Moura, assessor de Assuntos Políticos da Convenção Nacional de Igrejas, viraram alvo da investigação de corrupção no MEC após o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro afirmar, em áudios divulgados pela imprensa, que priorizava a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para prefeituras que negociaram o repasse com os dois pastores.

Segundo Ribeiro, a prioridade dada por ele atenderia a um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na última terça-feira (5), durante audiência pública, três prefeitos confirmaram à Comissão de Educação terem recebido pedido de propina para destravar a liberação de recursos do FNDE.

FNDE 

Durante a audiência desta quinta-feira, o presidente do FNDE, Marcelo Lopes da Ponte, confirmou que participou de quatro agendas com pastores no MEC, mas negou o envolvimento em corrupção na liberação de recursos para municípios. Ele também defendeu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.

“Eu os conheci (os pastores) numa agenda no Ministério da Educação, minha relação foi enquanto convidado para essas audiências", disse Marcelo.

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