CENTRÃO NO GOVERNO

"O centrão se fortaleceu", diz Valdemar Costa Neto

O presidente do PL diz que "demorou a entender" o motivo de vários partidos robustos e fortes, como MDB e PSDB, que já chegaram "a ter mais de 100 deputados na bancada", perderem força e capilaridade

Cristiane Noberto
postado em 06/04/2022 23:07 / atualizado em 06/04/2022 23:38
 (crédito: Cristiane Noberto D.A/Press)
(crédito: Cristiane Noberto D.A/Press)

O centrão bolsonarista saiu revigorado da janela partidária. Com bancadas multiplicadas, a ala política “se fortaleceu”. Para as eleições, a expectativa é de continuar aumentando esse número. A avaliação é do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto.

“O centrão agora se fortaleceu. Por causa do PP, veja o Republicanos o tanto que cresceu. Essa tendência deve continuar nas próximas eleições. Conseguimos também 9 senadores fora os que vamos eleger, se Deus quiser”, disse um sorridente Costa Neto para jornalistas na sede do partido, nesta quarta-feira (6/4).

O presidente do PL afirmou que “demorou a entender” o motivo de vários partidos robustos e “muito fortes no Brasil”, como MDB e PSDB, que já chegaram "a ter mais de 100 deputados na bancada”, perderem força e capilaridade.

“Incrível que teve vários partidos, como MDB, que nunca teve menos de 80 deputados, que era muito forte no Brasil, PSDB, que na gestão do Aécio (Neves) chegou a mais de 100 (deputados), chegou na última eleição (minguado). Demorei para entender aquilo”, disse.

Segundo Valdemar, é difícil prever quantos deputados o PL deve conquistar nessas eleições, pois dependem “muito do desempenho do presidente”. Contudo, há expectativa de continuar robusto. “Eu acho que dá (para manter a bancada). Veio muita gente boa para o partido. Gente que não disputou eleição e que vai disputar pela primeira vez e vai ganhar. Gente forte, de direita”, afirmou.

Costa Neto mostrou estar confiante, especialmente pelo fato de ter o presidente Jair Bolsonaro em seu partido. Apesar de não estar sentado sobre a montanha de dinheiro do fundo eleitoral do União Brasil, a legenda é consolidada e tem robustez para manter os parlamentares filiados – diferente do antigo PSL, que não manteve nem a metade dos políticos que seguiram os passos do presidente.

“Eu não tinha contato com esse pessoal. Gente séria, do bem. Grupos fortes que entraram e cada segmento desse faz um deputado federal. são grupos muito fortes que não participaram da última campanha. Ajudaram Bolsonaro, mas não participaram, acho que, senador, temos certeza que vamos melhorar nossa bancada, deputado temos que trabalhar muito. O nosso grande problema é recurso”, disse.

Valdemar também afirmou que “não temos problemas” em fazer outras alianças para o segundo turno. Muito provavelmente a terceira via, que ainda tem resquícios bolsonaristas, deve se achegar de volta ao chefe do Executivo.

Campanha focada em recall

A campanha presidencial também está focada em mostrar o legado de Bolsonaro à frente do governo. Para isso, escalou os ministros com boa avaliação do público para abrir os palanques regionais.

Apesar da conversa com poucos jornalistas, a tarde desta quarta teve o intuito de lançar a candidatura do senador Jorginho Mello ao governo de Santa Catarina, bem como o Secretário de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Jorge Seif Júnior, ao Senado Federal.

O secretário entra no lugar do empresário Luciano Hang, que havia sinalizado a possibilidade de concorrer à vaga pelo estado. Segundo Jorginho Mello, ele desistiu por ser “mais útil na militância para o presidente (Bolsonaro)”.

Sob a chancela de Costa Neto, Seif Júnior afirmou que nada melhor do que mostrar preparo e serviço antes de pedir voto. “Em 2018, muitos embarcaram na onda do presidente. O que muda de lá para cá, é que tivemos três anos e três meses para avaliar as candidaturas. A população tem hoje como avaliar o histórico de cada um. Meritocracia”, afirmou.

Bolsonaro não apoiará deputados

Apesar de apoiar publicamente candidatos aos governos estaduais e ao Senado, por outro lado, Bolsonaro não escolherá deputados federais ou estaduais para apoiar. Segundo Costa Neto, a definição visa não se queimar com os partidos aliados.

“É complicado para ele chegar falando ‘vote no 22’. O que o pessoal do PP vai falar? O que pessoal do Republicanos vai falar? Complicado isso aí, isso que ele não quer fazer”, disse.

Apoiar apenas o próprio partido “mata os partidos da coligação”. De acordo com Valdemar, a ideia é pedir votos para o partido de uma forma geral. “É Bolsonaro? Não tem candidato a federal? Vota 22 e confirma”, disse.

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