Gabinete paralelo

Secretário-executivo do MEC deve assumir pasta no lugar de Milton Ribeiro

Ministro pode entregar cargo a Bolsonaro ainda nesta segunda-feira (28/3). Chefe da pasta da Educação foi flagrado em uma gravação dizendo que iria priorizar amigo de pastor, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, no repasse de verbas do ministério

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, pode entregar o cargo ainda nesta segunda-feira (28/3). No seu lugar deve assumir como substituto o secretário-executivo do MEC, Victor Godoy. Segundo fontes, foi o próprio chefe da pasta que tomou a iniciativa e informou ao presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a decisão. O objetivo é evitar ainda mais desgaste no governo.

Por conta da crise, na manhã de hoje, Ribeiro foi chamado às pressas para uma reunião com o chefe do Executivo. Já estava sendo especulado que o ministro iria se afastar do cargo para se defender das denúncias de corrupção em sua pasta. Ainda que Bolsonaro tenha afirmado "botar a cara toda no fogo", nos bastidores, impera o consentimento de que as acusações são graves e poderiam manchar a imagem do chefe do presidente — que tenta a reeleição com um discurso anticorrupção.

Entenda

Em áudios divulgados pela imprensa, na semana passada, Milton Ribeiro afirmou priorizar pastores aliados na liberação de recursos do Fundo Nacional da Educação (FNDE).

Na gravação, Ribeiro ainda cita que o favorecimento é um pedido expresso do presidente Jair Bolsonaro (PL). "Minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar".

O "pastor Gilmar" citado no áudio se trata de Gilmar Silva dos Santos, 61 anos, nascido em São Luís (MA), que comanda o Ministério Cristo Para Todos, uma das várias ramificações da igreja Assembleia de Deus, em Goiânia.

Milton Ribeiro virou alvo de inquérito da Polícia Federal por suspeita de favorecer pastores na liberação de verbas para prefeituras. A apuração foi autorizada pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na última quinta-feira (24) à noite, a corporação já tinha instaurado outra investigação — por solicitação da Controladoria-Geral da União (CGU) — que tem como alvo os líderes evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura.

 

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