Eleições 2022

Doria chama de 'golpe' os movimentos para tirá-lo da disputa presidencial

O governador disse que tem direito de concorrer à presidência por ter vencido as prévias do partido

Em coletiva de imprensa concedida neste domingo (27/03) em São Paulo, capital, João Doria falou sobre a pressão por parte de integrantes do PSDB para retirá-lo da disputa ao Palácio do Planalto e definiu o movimento dos seus adversários tucanos como “golpe”.

O governador de São Paulo afirmou que por ter vencido as prévias do partido, ele possui o direito de concorrer  à presidência da República e disse que a tentativa de fugir do resultado da seleção interna do PSDB “torpe e vil” para corroer a democracia.

“O PSDB fez prévias homologadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. As prévias foram realizadas durante três meses em todo o Brasil. 44 mil eleitores do PSDB em todo o Brasil votaram. Houve a homologação do resultado num ato celebrado em Brasília com os três candidatos que disputaram: o senador Arthur Virgílio, o governador Eduardo Leite e eu, com a presença do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo. Portanto, as prévias têm validade, declarou.

João Doria saiu vitorioso da disputa com Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, nas prévias do PSDB e conquistou o direito de ser o candidato tucano à presidência da República. No entanto, o todo o processo da seleção foi conturbado e com muitas trocas de farpas entre os dois principais candidatos.

A expectativa de que os ânimos iriam baixar após o resultado das prévias não se confirmou. Leite, que chegou a se aproximar do PSD, de Gilberto Kassab, onde seria pré-candidato. Entretanto, uma força-tarefa do PSDB conseguiu reverter o quadro. Leite vai deixar o governo amanhã e deve anunciar sua permanência no partido.

Liderado pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), o grupo que faz oposição a Doria no PSDB acredita que pode reverter o resultado das prévias na convenção do partido, em junho. Segundo reportagem do jornal Estado de São Paulo, o “Dia do Fico” de Leite no PSDB seria uma estratégia que prevê a possibilidade de um acordo com o MDB e o União Brasil para o lançamento de uma candidatura única ao Planalto.

Diante da articulação, aliados de João Doria questionam o silêncio do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, coordenador da pré-campanha do governador.

"Esperamos uma manifestação do Bruno (Araújo) para garantir que a democracia interna seja respeitada", disse Fernando Alfredo, presidente do PSDB da capital paulista. "Eles não tem embasamento jurídico para contestar o resultado e apostam no desgaste do João (Doria). Qualquer tentativa de revogar as prévias seria um golpe", concluiu o dirigente.