Apesar dos reiterados ataques do presidente Jair Bolsonaro, 82% dos brasileiros dizem confiar nas urnas eletrônicas, conforme pesquisa Datafolha divulgada ontem. Os céticos em relação ao sistema eleitoral foram 17%. No levantamento anterior, de dezembro de 2020, a taxa de confiança era 69%, ante 29% dos que não acreditam na lisura dos equipamentos.
O estudo ouviu 2.556 pessoas em 181 municípios do Brasil. Com nível de confiança de 95%, a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O grupo dos que defendem a segurança das urnas se divide entre os que confiam muito (47%) e os que confiam um pouco (35%). Em 2020, o montante dos que confiam muito representava apenas 33% dos que responderam à pesquisa.
O voto em papel, sistema defendido por Bolsonaro para substituir as urnas eletrônicas, foi fortemente reprovado. Apenas 20% defendem o sistema eleitoral que vigorava até os anos 1990, contra 77% que afirmam que o país deve continuar com o meio eletrônico.
Os ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas foram acirrados a partir do início de 2020 e culminaram, por pressão do presidente, na discussão do projeto de lei do voto impresso na Câmara. Na votação em plenário, em agosto do ano passado, o PL foi reprovado por 229 deputados.