Em evento com tom de campanha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) elogiou, nesta sexta-feira (25/3), a ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PP). Segundo o chefe do Executivo, ela fez um “trabalho impecável” à frente da pasta. A declaração ocorreu durante evento para Regularização de Terras no DF, no Palácio do Planalto. Essa foi a última solenidade de Flávia no cargo. Ela deixa o governo para concorrer ao Senado pelo Distrito Federal.
“Esse trabalho teve a participação da nossa ministra Flávia Arruda, que foi escolhida para ser ministra também pelo trabalho como presidente da Comissão de Orçamento da Câmara. Se bem que ali, a barra é pesada. Os conflitos são enormes e ela atende a 594 parlamentares. Quem tem noção de como são os parlamentos pelo Brasil, sabe a dificuldade de relacionamento, por vezes. E ela conduziu muito bem à frente dessa missão sem, obviamente, deixar de ter tempo também para tratar aqui desse grande DF. Então, é um trabalho impecável o dela, que culmina na data de hoje para atender em torno de 22 mil famílias da região de Vicente Pires, terra onde ela nasceu, levando a essas pessoas, paz, tranquilidade e a garantia de ter algo de concreto nas suas mãos”, disse.
O evento contou com a presença do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que manifestou apoio ao presidente. Bolsonaro comparou a relação entre os governos a um “condomínio’. “Ibaneis, vivemos como em um condomínio: temos as mesmas áreas em comum, temos os mesmos sentimentos, temos os mesmos valores, ocupamos, contrariando a física, o mesmo espaço. E o bom entendimento entre os nossos governos leva a ações, que, na ponta da linha, beneficiam a população. Se beneficiam ricos e pobres, sem exceção.”
O presidente também relatou que o trabalho do ministro da Economia, Paulo Guedes, é o de tirar recursos da União e repassar aos estados. “O trabalho do Paulo Guedes não é tirar de quem tem para dar a quem não tem. É de tirar da União e passar para os estados. E, por vezes, os estados vão repassar para municípios que, na ponta da linha, bem sabem o que fazer melhor para a população”.
Titularização e “marginais”
Bolsonaro aproveitou a ocasião para atacar governos anteriores e destacou que sua gestão “titularizou por todo o Brasil mais que os governos FHC, Lula e Dilma no tocante à titulação de terrenos ocupados pelos beneficiados com a reforma agrária”. Ele ainda criticou indiretamente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando os magistrados de terem tolhido seus direitos de agir durante a pandemia, o que já foi desmentido pela Corte.
“Há poucos meses, transferimos para Roraima 2,7 milhões de hectares de terra que eram da União, já em processo de andamento. Com as glebas já definidas, concluíremos até meados deste ano a transferência para o estado do Amapá de mais 1,6 milhões de hectares de terra. Ao longo do nosso mandato, apesar de problemas durante a pandemia que nos tolheram de exercer algumas ações com a velocidade que queríamos, titularizamos por todo o Brasil mais que os governos FHC, Lula e Dilma no tocante à titulação de terrenos ocupados por aqueles beneficiados com a reforma agrária.”
Por fim, o chefe do Executivo atacou o movimento MST, chamando as lideranças de “marginais”. “Um capítulo todo especial: vocês não têm visto em nosso governo ações do MST que aterrorizavam o campo, além das armas que nós distribuímos para as pessoas de bem. Também a titulação tirou poder dos chefes do MST de manobrar pessoas humildes que, como não tinham nada em definitivo, se submetiam aos caprichos desses marginais. Se bem que, comparado ao que fizeram com eles ao longo desse tempo todo, marginal é até um elogio para suas lideranças”, concluiu.