O presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu, ontem, em defesa do ministro da Educação, Milton Ribeiro, que vem sendo pressionado a deixar o cargo por causa de denúncias de corrupção envolvendo pastores que fariam parte de uma estrutura informal na pasta. Irritado, disse que "bota a cara no fogo" pelo homem à frente do MEC.
"O Milton, coisa rara de eu falar aqui: eu boto minha cara no fogo pelo Milton. Minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia contra ele", disse. O presidente e a primeira-dama Michelle são muito próximos ao ministro.
Ainda em defesa de Ribeiro, Bolsonaro disse que a Corregedoria-Geral da União (CGU) já estava apurando o caso, denunciado pelo próprio ministro. "A CGU recebeu, em 27 de agosto do ano passado, documentos enviados pelo ministro Milton, da Educação, relativos a duas denúncias sobre possíveis irregularidades do ministério. Exatamente o caso que está agora na mídia agora. A CGU, por seis meses, investigou o caso e chegou à conclusão de que não teve participação de nenhum servidor público. Decidiu, então, no dia 3 de março, encaminhar essas peças para a Polícia Federal", Bolsonaro.
Além de setores do governo defenderem Ribeiro veementemente — como a ministra Damares Alves, da Mulher, Família e Direitos Humanos, que classificou o colega de governo como "meu pastor" —, no Congresso os apoiadores de Bolsonaro também se movimentam para criar uma barreira que contenha o desgaste do ministro e do governo. Ontem, o líder na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse que Ribeiro tem todas as condições de continuar no cargo, mas deve dar explicações.
Em outra frente, no Senado a Comissão de Educação aprovou um convite para que Ribeiro esclareça as suspeitas contra ele. Inicialmente ele seria convocado, porém os governistas conseguiram amenizar a situação. A oitiva será dia 31.