O ex-procurador da Operação Lava-Jato Deltan Dallagnol afirmou ter recebido R$ 500 mil em doações via Pix para ajudá-lo a pagar a indenização ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a repassar R$ 75 mil ao petista por danos morais.
"Muito obrigado. Não há mais necessidade de novas doações! As doações espontâneas que milhares fizeram já atingiram meio milhão de reais. Suas vozes foram ouvidas, e seu ato de solidariedade e protesto já é muito claro: não vamos parar de combater à corrupção no Brasil", escreveu nas redes sociais.
Dallagnol afirmou que as doações foram feitas em pequenos valores de vários pontos do país. "O que vocês alcançaram em 36 horas, depositando R$ 500 mil, foi um fato inédito e histórico para o nosso país e um dos maiores marcos do apoio ao combate à corrupção da nossa história política recente", enfatizou. "Enquanto muitos se vangloriam com a sua impunidade, vocês se mobilizaram numa das maiores manifestações cívicas que já vi na minha vida. Vocês mostraram que não se trata de Deltan, mas de uma causa que é de todos nós."
Ele disse que lutará com todas as forças para derrubar a decisão do STJ. "Se isso acontecer, todo esse dinheiro será revertido para hospitais filantrópicos que tratam crianças com câncer e portadoras de autismo", frisou. "Então, repito: não é mais necessário doar, mas sempre será necessário acreditar e lutar pelo Brasil. O recado de vocês é claro: os brasileiros têm fome e sede de justiça e com perseverança, vão alcançá-la."
A condenação de Dallagnol saiu esta semana. Lula pedia R$ 1 milhão, por danos morais, devido ao PowerPoint apresentado pelo então procurador da Lava-Jato que o colocava como "comandante máximo" de uma organização criminosa.
Na sentença, a Justiça fixou o valor de R$ 75 mil, acrescido de juros e correção monetária. O caso envolve a denúncia contra Lula no caso do triplex do Guarujá (SP). A defesa do ex-presidente argumentou que houve abuso de autoridade por parte do ex-procurador.
Em 2016, no âmbito da força-tarefa, Dallagnol sustentou que o petista era o "comandante máximo do esquema de corrupção" e "maestro da organização criminosa".
No PowerPoint, o nome de Lula aparecia no centro da tela, cercado por expressões como "petrolão propinocracia", "governabilidade corrompida", "perpetuação criminosa no poder", "mensalão", "enriquecimento ilícito", entre outros.