O secretário especial de Cultura, do Ministério do Turismo, Mario Frias, foi convocado, nesta quarta-feira (23/3), pela Comissão de Educação do Senado Federal para prestar esclarecimentos. O líder da minoria e autor do requerimento, senador Jean Paul Prates (PT-RN), quer esclarecer sobre os gastos com viagens oficiais feitas pela autoridade, principalmente para o exterior.
De acordo com Prates, a secretaria não prestou esclarecimentos sobre os gastos. Entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, a secretaria gastou R$ 98 mil em viagens de Frias, do secretário-adjunto Hélio Ferraz e do subsecretário André Porciúncula.
Uma parte do valor, cerca de R$ 78 mil, foi destinado a uma ida aos Estados Unidos, em Nova York. Mario Frias e Ferraz foram tratar, com urgência, sobre um projeto cultural de audiovisual com o empresário Bruno Garcia e o lutador de jiu-jítsu, Renzo Gracie, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O secretário chegou a entrar com uma ação judicial pedindo indenização às companhias aéreas dessa viagem, na ordem de mais R$ 33 mil, por ter atrasado a entrega da bagagem. Ou seja, o secretário pretendia receber indenização por atraso na entrega de bagagem numa viagem paga pelo recurso público federal. E para completar, o motivo dessa viagem longa e cara foi encontrar-se com um tal de Renzo Gracie, que curiosamente é conhecido por ter publicado, recentemente, lemas nazistas”, expôs o senador na comissão de mais cedo.
Além disso, também foi gasto pela secretaria o valor de R$ 20 mil, com o subsecretário de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciúncula, em uma viagem a Los Angeles. O objetivo também foi tratar de assuntos do audiovisuais.
Mês passado, a autoridade, que é braço direito de Mario Frias, desembolsou US$ 966 (R$ 4.964), em cada passagem para o destino. Junto com ele estava o coordenador-geral de relações multilaterais do Ministério do Turismo, Gustavo Souza Torres, e o secretário do Audiovisual, Felipe Pedri. Foram quatro diárias no valor de U$S 1.840 (R$ 9.453) por pessoa.
O secretário, que comanda a pasta de cultura, também participaria da comitiva de Jair Bolsonaro para a Rússia, em fevereiro. Os planos foram cancelados por causa do pedido de abertura do Ministério Público ao Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar a viagem para Nova York.