Na escalada da crise envolvendo o Ministério da Educação, surge nesta quinta-feira (24/3) uma nova denúncia envolvendo o pastor Gilmar Santos. De acordo com informações do jornal O Globo, o líder religioso teria usado sua influência para conseguir repasses de recursos da pasta para a criação de uma faculdade, a “Faculdade ITCT”, aberta em 8 de março na Junta Comercial de Goiás. Foram investidos R$ 100 mil na criação da instituição. Os repasses seriam destinados a prefeitos.
O pastor é apontado como um lobista que atuava no MEC para ajudar prefeitos a conseguir liberação de recursos públicos. Ele tinha acesso ao Palácio do Planalto e se reuniu quatro vezes com o presidente Jair Bolsonaro, responsável por recomendar o religioso ao titular da pasta, Milton Ribeiro. Nessa quarta-feira (23), dois prefeitos ouvidos pelo jornal afirmaram que o pastor Arilton Moura, braço direito de Gilmar Santos, cobrava pelo uso de sua influência na pasta.
ITCT
O Instagram e o Facebook da instituição de ensino estão fora do ar nesta manhã, conforme apurou o Correio, assim como as redes sociais de Gilmar Santos. Anteriormente, em seu perfil, o pastor se apresentava como diretor da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil e do Instituto Teológico Cristo para Todos (ITCT).
A primeira publicação nas redes sociais da página do ITCT é de junho do ano anterior. Há informação de que duas turmas teriam sido abertas para o “Curso Básico em Teologia” — a instituição alega tradição. O curso tem duração de um ano e cobra dos interessados R$ 69,90 mensais. O endereço é o mesmo da igreja do pastor e de outras empresas em seu nome.
Ouro
Já o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o pastor cobrava R$ 15 mil apenas para abrir protocolos de demanda no ministério. Após a solicitação ser atendida, outro valor era pedido. "Para mim, como a minha região era área de mineração, ele (pastor Arilton Moura) pediu 1 quilo de ouro”, revelou o prefeito Gilberto Braga (PSDB), de Luís Domingues, no Maranhão.
O pastor Arilton Moura é apontado como um dos integrantes do gabinete paralelo no MEC, envolvendo prefeitos e liberação de verbas.