Escândalo no MEC

Mourão diz que Ribeiro é 'honesto' e defende permanência do ministro no MEC

Vice considera ministro da Educação honesto, com propósito, extremamente educado e cauteloso. "É preciso esclarecer melhor essa situação aí para se chegar a uma conclusão do que realmente ocorreu", disse

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) caracterizou nesta quarta-feira (23/3) o ministro da Educação, Milton Ribeiro, como uma pessoa “honesta”, mas que precisa esclarecer o áudio em que aponta favorecimento a pastores com verbas do MEC a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL). O general defendeu ainda que “não há problema” dele permanecer no MEC até esclarecer o caso.

“Enquanto não houver um esclarecimento bem bom a respeito disso aí, eu acho que não há problema de ele continuar no governo, até pela forma como o ministro se comporta. Eu tenho profundo respeito por ele”, afirmou a jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto. Segundo ele, “o ministro Milton é uma pessoa honesta, ele tem honestidade e propósito, ele é uma pessoa extremamente educada, cautelosa nas coisas”. 

Sobre a gravação, Mourão disse ser preciso “esclarecer melhor essa situação aí para se chegar a uma conclusão do que realmente ocorreu e se realmente houve algo que não foi realizado dentro dos princípios da administração pública”.

O áudio vazado na segunda-feira (21) pela Folha de S.Paulo revela que o presidente da República teria feito um “pedido especial” para que o MEC priorizasse a liberação de recursos da pasta aos municípios e, depois, aos “amigos do pastor Gilmar”, referindo-se ao pastor evangélico Gilmar Silva dos Santos.

Mourão também questionou os áudios. “É uma gravação, aí você não sabe se aquilo tá editado, se não tá editado. Então, por isso que a gente não pode, a priori, chegar e emitir um juízo de valor”, acrescentou.

Corrupção

Ao ser perguntado se a questão mancha o discurso de Bolsonaro de 'três anos e três meses sem corrupção', Mourão respondeu que é necessário investigação. “Tem que ver qual é o valor que isso foi executado, se realmente houve esse tráfico de influência, se esses recursos que foram distribuídos estavam fora de um planejamento que já havia, se eles foram executados de forma correta. Então, tem uma porção de coisa que tem que ser verificada para que a gente possa chegar e dizer: 'Isso aí realmente está totalmente errado'. É aquela história: isso aí tudo, por enquanto, são indícios. Quando se confirmar, aí a gente pode tomar uma posição mais clara”, concluiu.

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