Durante um evento no Ceará na sexta-feira (18/3), ao comentar sobre os impostos cobrados no Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Paraguai se tornou um estado brasileiro com imposto baixo. De acordo com o titular da pasta da Economia, os altos tributos brasileiros acabam levando negócios que poderiam ser feitos no país ao Paraguai.
“Os brasileiros não estariam indo ao Paraguai para fazer soja, chicote elétrico. Tudo que está sendo feito lá, poderia estar sendo feito aqui e está sendo feito lá porque a gente tem imposto muito alto e o Paraguai inteligentemente baixou os impostos e virou o estado brasileiro mais rico, entre aspas, o que mais cresce”, disse Guedes.
Em reação às falas do ministro brasileiro, o Ministério de Relações Exteriores do Paraguai lamentou as alegações “desafortunadas de um alto funcionário do governo brasileiro”. Ainda em comunicado, disse que o país é uma nação livre, soberana e independente.
Redução de tributos
Ainda no evento, Guedes informou que o governo avalia reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 35%. No fim de fevereiro, o governo já havia anunciado um corte de 25% sobre o imposto.
Neste mês, o Instituto Fiscal Independente (IFI) do Senado divulgou o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF), que apontou um rombo no Orçamento Público deste ano em R$ 108,1 bilhões, valor distante do valor de R$ 76,2 bilhões previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA).
Só com a mudança sobre combustíveis, o IFI estimou uma queda na arrecadação em R$ 24,2 bilhões.
A projeção é calcada na perda de arrecadação com as reduções nas alíquotas de IPI (25% para automóveis e 18% para outros produtos) de PIS/Cofins (quando o governo pretendia zerar sobre os combustíveis).