Dirigentes do PSDB fizeram nova investida para tentar manter o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, filiado à legenda. Eles divulgaram uma carta pública na qual se dizem orgulhosos da trajetória política do gestor gaúcho e pedem que ele continue na sigla.
"O futuro do Brasil está em jogo. Outubro se avizinha. O momento é de união em torno de um projeto que recoloque a nação no caminho certo. A maioria dos brasileiros, cansada de tanto extremismo, está à espera do retorno à normalidade, e, nessa direção, de alguém que possa liderar uma campanha, ao mesmo tempo, empolgante, propositiva e viável", diz o texto. "Não admitimos a possibilidade de o perdermos, neste momento crucial para a história do Brasil. O movimento cresce, reuniremos as forças necessárias. A missão será dada e, certamente, como de costume, vitoriosamente cumprida. Estaremos juntos."
A carta é assinada pelo presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo; pelos senadores Tasso Jereissati (CE) e José Serra (SP); pelo deputado Aécio Neves (MG); pelo governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja; além de outros ex-presidentes da legenda, como Pimenta da Veiga, Teotônio Vilela e José Aníbal. O governador de São Paulo, João Doria, não assina o texto, mas um dos signatário é o secretário de Desenvolvimento Regional do governo paulista, Marco Vinholi.
Eduardo Leite postou cópia da carta nas redes sociais e comentou: "Eu quero mudar o Brasil. E estou conversando com muitos que têm esse mesmo sentimento e vontade. Naturalmente, o PSDB é a conversa primeira e fundamental, já que é meu partido há mais de 20 anos", escreveu.
Ele disse que a manifestação demonstra que o partido está alinhado com as preocupações dele com o país "neste momento crucial de nossa história". "E me permite continuar esse diálogo interno para ver como o PSDB pretende ser protagonista no processo nacional, junto com outras forças políticas do centro democrático", finalizou.
Derrotado por Doria nas prévias do PSDB para definir o candidato do partido à Presidência da República, Leite avalia sair da legenda e ingressar no PSD para concorrer ao Planalto. Há semanas, ele tem conversado com o presidente da sigla, Gilberto Kassab.
Negociações
Na tentativa de segurar Leite, o PSDB tem buscado soluções. Umas das estratégias sugeridas por Aécio Neves foi abrir espaço para Doria concorrer ao Senado este ano, em vez de à Presidência.
Apesar da decisão democrática das prévias, o fato de quatro meses terem se passado sem que Doria consiga decolar nas pesquisas de intenção de voto preocupa os tucanos. "Fizemos uma escolha ruim", declarou um dos parlamentares do PSDB, sob a condição de anonimato, ao definir a situação.