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Bolsonaro sobre bloqueio do Telegram: 'Notícia triste e inadmissível'

"Olha as consequências da decisão monocrática de um ministro do STF", disse o presidente para evangélicos em evento no Acre

O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou, nesta sexta-feira (18/03), sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que pediu o bloqueio do Telegram no país.

"Quem se eleger presidente, indica dois ministros ao STF. E quando se fala em STF, eu pousando hoje em Rio Branco, tive uma notícia no mínimo, triste. A decisão de um ministro de simplesmente banir do Brasil o aplicativo Telegram. Deixo claro que 70 milhões de pessoas usam Telegram no Brasil para fazer negócios, se comunicar com a família, para lazer e uma parte considerável, fazer o contato hospital - paciente - paciente - médico. Olha as consequências da decisão monocrática de um ministro do STF".

"É inadmissível uma decisão dessa natureza porque não conseguiu atingir duas ou três pessoas que, na cabeça dele, deveriam ser banidas do Telegram, ele atinge 70 milhões de pessoas, podendo causar óbitos pela falta do contato paciente médico", alegou.

Em tom de comício, Bolsonaro pediu paciência e disse que a mudança no país e, consequente renovação no Supremo pode ocorrer de acordo com o presidente eleito em outubro e completou que não pode tomar decisões drásticas.

"Quem votar para presidente esse ano, estará indicando ou elegendo também mais dois ministros para o STF. Dá para mudar o destino do Brasil. Devemos ter paciência em algum momento. Também penso, como muitos de vocês, querer encarnar a minha pessoa e resolver de imediato a situação. É como muitas vezes em casa: um desentendimento não pode ser resolvido no grito. O que é o caminho para o que há de pior para uma casal que é a sua separação. O que há de pior para nós em uma medida inconsequente da minha parte é o caos para o Brasil", bradou.

"O que está em jogo nisso tudo é a nossa liberdade, um bem maior que a nossa própria vida. Porque um homem e uma mulher sem liberdade, não tem vida. E, certas coisas, só se dá valor depois que se perde: a água do poço e a liberdade são essas coisas. Zelemos por ela, policiemos, oremos, façamos a nossa parte aqui na terra porque a consequência pode ser maléfica e muito duradoura".

Em seguida, o chefe do Executivo criticou o governo argentino, venezuelano e chileno.

"Basta ver como se comportam alguns países na América do Sul e vem acontecendo com a Venezuela, Argentina e com o Chile. Escolhas mal feitas, consequências terríveis. [...] Façam comparação dos meus ministros com os do que me antecederam, me desculpem não dá para fazer essa comparação, a distância é enorme", continuou, em referência ao PT.

"Uma das poucas coisas que me fortalece e me tranquiliza sendo presidente é saber que se o outro lado, o derrotado de 2018 estivesse no meu lugar, eu não sei como o Brasil estaria se comportando nesse momento. Temos eleições, tudo pode ser renovado, pode vir gente melhor do que nós, mas isso passa por cada um dos senhores. Hoje, a política está polarizada e vocês conhecem os dois lados. Que Deus ilumine cada um de vocês para bem decidir o futuro de nossa nação. O que falta para nós de fato sermos uma grande nação? Falta responsabilidade política para bem escolher nosso representante".

Evangélicos

O presidente ainda acenou aos evangélicos dizendo ter pauta afinada com a crença da ala ao destacar a luta contra o aborto, contra a legalização de drogas e o veto à liberação de jogos de azar, caso aprovado. "Temos pauta afinada com a crença dos senhores, somos cristãos, somos humanos, respeitamos a família, devemos lealdade ao nosso povo e acima de tudo, nossa crença em Deus". "Com nossa fé e união continuaremos rumo a um porto seguro", concluiu.

As declarações ocorreram durante evento do Primeiro Encontro Estadual de Pastores e Líderes da “Fé e Cidadania” das Assembleias de Deus no Acre, filiadas à Convenção Estadual da Igreja Assembleia de Deus (Ceimadac) e do Ministério de Madureira.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou, por meio das redes sociais, que determinou aos servidores do Ministério que "estudem imediatamente uma solução" para restabelecer a decisão.

Em janeiro,  Bolsonaro chamou de "absurdo" uma possível suspensão do Telegram no Brasil por falta de colaboração no combate a informações falsas em ano eleitoral. "A gente está vendo, é covardia o que estão tentando fazer com o Brasil", defendeu em conversa com apoiadores.

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