Inquérito das fake news

Foragido nos EUA, Allan dos Santos pede que STF desbloqueie conta bancária

Bolsonarista alega não ter como se sustentar no exterior. Ministro Alexandre de Moraes determinou prisão do blogueiro em outubro do ano passado

Alegando não ter como se manter nos Estados Unidos, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o desbloqueio das contas bancárias de sua empresa de comunicação, o canal Terça Livre. Santos está foragido desde outubro do ano passado, quando teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes.

A defesa do blogueiro protocolou uma solicitação no último domingo (13) alegando que o bloqueio — também imposto em outubro de 2021 por Moraes — "inviabilizou a subsistência própria e familiar do impetrante", já que ele foi privado de "renda e recursos de natureza alimentar".

O advogado de Allan, Renor Oliver Filho, ainda criticou a prisão preventiva, argumentando contra as medidas cautelares, e apelou ao ministro do STF Edson Fachin, que confirmou as decisões de Moraes.

Investigação

Em outubro, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva de Allan dos Santos. O magistrado ainda ordenou que o Ministério da Justiça iniciasse imediatamente o processo de extradição do blogueiro, que se encontra nos EUA.

A decisão atende a um pedido da Polícia Federal. Segundo a PF, o blogueiro, “a pretexto de atuar como jornalista”, assumiu a condição de um dos organizadores de um movimento responsável por ataques à Constituição, aos Poderes de Estado e à Democracia.

A suspeita é de que essas ações podem ter sido financiadas com recursos públicos a partir de sua interlocução com a família Bolsonaro e parlamentares alinhados ao governo. Moraes ordenou ainda que fossem bloqueadas todas as redes sociais vinculadas a Allan dos Santos e ainda suas contas bancárias. Ele também não poderá receber recursos das redes sociais por produção de conteúdo.

Segundo a investigação, o alto volume de doações recebidas pelo blogueiro em seus multicanais é suspeito. Há registro de repasses de diversos servidores públicos, sendo que um deles fez transferências de R$ 40 mil.

Allan dos Santos é investigado no Supremo em dois inquéritos: o que apura a divulgação de fake news e ataques a integrantes da Corte e também no que identificou a atuação de uma milícia digital que trabalha contra a democracia e as instituições no país.

Saiba Mais