O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar o reajuste dos preços de combustíveis e enfatizou que a Petrobras "com certeza" reduzirá os valores ante a queda internacional da cotação do barril de petróleo — negociado, ontem, abaixo de US$ 100 (leia Saiba mais).
"Estamos tendo notícias de que, nos últimos dias, o preço do petróleo, lá fora, tem caído bastante. A gente espera que a Petrobras acompanhe a queda de preço lá fora. Com toda certeza, fará isso", afirmou, durante o lançamento do Novo Marco de Securitização e Fortalecimento de Garantias Agro, no Palácio do Planalto.
O chefe do Executivo ainda ironizou a "sensibilidade" da estatal, que, segundo ele, poderia ter aguardado a aprovação, no Congresso, do projeto que altera a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis. O texto recebeu o aval de Senado e Câmara na quinta-feira, horas depois de a Petrobras anunciar aumento de 18,7% na gasolina; 24,9%, no diesel; e 16%, no gás de cozinha nas refinarias. No dia seguinte, Bolsonaro sancionou o projeto.
"Esta guerra da Rússia com a Ucrânia tem influenciado na nossa economia, mas, pelo que tudo indica, os números agora, em especial do preço do barril lá fora, sinalizam para normalidade no mundo. Espero que a nossa querida Petrobras, que teve muita sensibilidade ao não nos dar um dia (de prazo), retorne aos níveis da semana passada os preços dos combustíveis no Brasil", alfinetou.
À noite, à TV Ponta Negra, do Rio Grande do Norte, Bolsonaro voltou à carga. Disse que a estatal "não colabora com nada". "O barril do petróleo chegou a US$ 135 na semana passada, agora, já caiu e está em US$ 100. A gente está esperando, inclusive, ter um retorno da Petrobras para rever esses preços que foram absurdamente majorados na semana passada", ressaltou. "Qualquer nova alta, a gente vai, da nossa parte aqui, desencadear um processo para que esse reajuste não chegue na ponta da linha para o consumidor. É impagável o preço dos combustíveis no Brasil. E, lamentavelmente, a Petrobras não colabora com nada."
Os filhos políticos de Bolsonaro se juntaram ao pai no coro contra a companhia. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou os reajustes. "Se a Petrobras tivesse esperado um dia — e eles sabiam disso —, em vez de aumentar em 90 centavos, teriam aumentado 30 centavos. Agora, a Petrobras aumentou em 90 centavos e, para reduzir o preço na bomba em 60 centavos com a nova lei aprovada esta semana, será uma batalha", publicou no Twitter. A postagem dele foi retuitada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Em seu grupo com apoiadores no Telegram, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) escreveu: "Com o novo despencar do valor do petróleo mundial espera-se diminuição gigantesca no valor da gasolina e óleo diesel no Brasil. Isso sem mencionar a validade da nova lei do ICMS, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro".