O ex-presidente Lula (PT) criticou, nesta terça (15/3), os governos de Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB) pela política de preços da Petrobras. Em entrevista à Rádio Espinharas, da Paraíba, o petista disse que o aumento drástico no preço dos combustíveis não deve ser atribuído ao mercado internacional.
"É uma vergonha o Brasil estar passando pelo que está passando. Não venham jogar a culpa em cima da guerra na Ucrânia ou da pandemia”, afirmou Lula. “Na verdade, a culpa está na cabeça daqueles que governam esse país, que não têm nenhuma preocupação em desenvolver um Brasil, em garantir a soberania desse país, em fazer desse país uma nação efetivamente respeitada e soberana”.
Para o petista, nos últimos anos houve uma destruição da Petrobras, que parou de refinar petróleo, obrigando o país a importar derivados.
“Hoje nos temos 392 empresas importando gasolina a preço de dólar fazendo com que o brasileiro pague uma das gasolinas mais caras do mundo se comparada à renda. Em vez de construir refinarias e investir mais em pesquisa, os lucros são distribuídos em dividendos, sobretudo para os acionistas americanos”, continua.
Preocupação com violência
Lula disse também na entrevista que se preocupa com um possível atentado durante as eleições deste ano. A declaração foi dada em resposta a fala do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que disse temer que tanto Lula quanto Sérgio Moro (Podemos) sofram atentados por parte de eleitores bolsonaristas.
“Todo mundo sabe o tipo de político que é o Bolsonaro. Um cidadão que não acredita na vacina, que ainda acha que covid é gripezinha, que não foi solidário a nenhuma pessoa que morreu de covid”, disse Lula. “Um presidente que não gosta de negros, que não gosta de mulheres, ele só gosta de violência. É a relação dele apodrecida com uma parte dos milicianos do país que, quem sabe, foram os que mataram Marielle”.
O petista afirma buscar uma revolução pacífica com sua eleição, e criticou os métodos utilizados por Bolsonaro na corrida presidencial. “Eu sinceramente vou fazer a campanha que eu sei fazer, de rua, conversar com as pessoas, mostrar como é possível recuperar a economia brasileira. Não vou fazer o baixo nível do Bolsonaro, não vou abrir fábrica de fake news, ele que faça o jogo rasteiro que quiser”.