Apesar de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ter renunciado ao convite para ser candidato ao Palácio do Planalto, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, mantém o propósito de ter um nome no páreo. Em nota, ele lamentou que o senador tenha deixado a corrida, pois seria um “privilégio tê-lo presidindo o Brasil”, mas, nos bastidores da legenda, o objetivo, agora, é aumentar os esforços para trazer o governador tucano Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul para o partido, e pavimentar o caminho da campanha presidencial.
Leite, aliás, afirmou ontem que continua discutindo a possibilidade de se candidatar à Presidência e que a decisão virá nas próximas semanas. Segundo o governador, seus próximos passos já são debatidos com membros do PSDB favoráveis à sua candidatura.
“Eu estou discutindo a possibilidade de candidatura, mas essa não deve ser uma decisão pessoal. Uma candidatura para presidente deve ter mais líderes e uma condição para ser apoiada. Acho que temos que contribuir para criar uma alternativa para o país. Tem muitas pessoas que pensam que eu deveria contribuir como candidato”, disse Leite, em um evento do Atlantic Council, em Washington (EUA).
O tucano reforçou, mais uma vez, que descarta a possibilidade de reeleição ao Palácio Piratini, especialmente pela fragmentação de partidos políticos vigente no Brasil. “Essa posição de reeleição foi importante para criar um melhor ambiente político no nosso estado. Se eu tivesse um candidato à reeleição, talvez alguns políticos não iriam contribuir politicamente para aprovar algumas reformas”, observou.
Leite, que não se conforma com a derrota nas prévias do PSDB para o governador João Doria, de São Paulo, disse ter criado um grupo no PSDB e vai “discutir qual deve ser o próximo passo, o que vamos fazer juntos, quem vai junto se tivermos esse próximo passo”.
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Paralelamente aos movimentos do governador gaúcho, integrantes da Executiva Nacional do PSD afirmam que Kassab deve anunciar o novo nome do partido para a corrida presidencial já na próxima semana. Mas, de acordo com comentários nos bastidores, a campanha ao Planalto não é o foco do comandante da legenda.
Correligionários de Kassab afirmam que o maior objetivo dele, nesse momento, é engordar a bancada para ser um dos maiores partidos do Congresso. Uma candidatura própria significa ter uma âncora para permitir que deputados e senadores se posicionem com liberdade nas eleições, sem precisar apoiar um nome de fora da legenda no primeiro turno.
“Uma candidatura própria evita que se perca senadores e deputados para um lado ou para o outro. Por exemplo: no Paraná, o PSD tem o Ratinho Júnior, que é bolsonarista. Se Kassab apoiar o (ex-presidente Luiz Inácio da Silva) Lula, perde o Sul. Em Minas tem o (prefeito de Belo Horizonte Alexandre) Kalil, que o Lula já disse publicamente que irá apoiar. Se o Kassab tender ao Bolsonaro, ele perde Minas”, explicou um pessedista do Congresso ao Correio.
(Com Agência Estado)