Combustíveis

PLs dos Combustíveis: relator fala sobre necessidade de mexer no PPI

Jean Paul Prates (PT-RN) afirma que a política é equivocada e questiona paridade de importação, uma vez que o Brasil tem capacidade majoritária do refino

O relator dos Projetos de Lei (PLs) sobre os combustíveis que devem ser votados esta semana no Senado Federal, Jean Paul Prates, disse que a ineficiência do preço de paridade de importação (PPI) é uma “unanimidade”, pois cobra preço de fora como se nenhum percentual do combustível fosse produzido no Brasil.

“É como igualar toda a produção doméstica, que é majoritariamente superior à produção importada de derivados de petróleo como se ela fosse toda ela importada. O PPI é errado para todo mundo, até o Bolsonaro chegou a essa conclusão hoje”, criticou o senador.

Segundo o parlamentar, o Brasil possui aproximadamente 80% dos derivados de petróleo
no país. Com a invasão russa à Ucrânia, o preço do barril de petróleo está custando bem mais que US$ 110 e pode prejudicar, inclusive, os impactos das medidas que tramitam no Senado, caso aprovadas.

“Essa política já impingiu a brasileiros e brasileiras nessa crise absoluta e, agora, com essa questão da Ucrânia, acentuou um pouco mais, mas ela já existia. Há um ano que a gente sofre com o preço dos combustíveis, só subindo, e as pessoas tendo de cozinhar com lenha. É emblemático. Quando você deixa de comprar botijão de gás para cozinhar com lenha e álcool, se queimando no lado de fora de casa, uma situação precária com tijolos e tal, infelizmente não é questão só de pessoal de rua, mas é a pessoa da sua casa no interior. Não é só quem está no limiar da miséria total, é o pessoal de classe baixa, classe média-baixa fazendo isso porque você chegou realmente nos estertores de uma política completamente equivocada”, disse Prates.

Os PLs dos Combustíveis estão na pauta do Senado e devem ser votados nesta quarta-feira (9). Há duas propostas sob relatoria do senador Jean Paul. Uma delas é sobre alterações na forma de cobrança do ICMS, que agrada o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e governistas. A outra proposta é sobre uma conta de estabilização dos preços dos combustíveis, em que o governo terá de injetar dinheiro para amortizar o preço nas bombas dos postos de gasolina.

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