O Ministério da Defesa divulgou na noite desta quarta-feira (30/3) o texto da ordem do dia de 31 de março, que deve ser lido nesta quinta-feira (31/3) nas unidades militares, na qual afirma que o golpe militar de 1964, gerou um “fortalecimento da democracia".
O texto é assinado pelo ministro da Defesa, general Braga Netto, e pelos comandantes de Exército, Marinha e Força Aérea. Esse é o último ato do militar como chefe da pasta. Braga Netto deixará o cargo nesta quinta-feira (31/3) para figurar como opção de candidato a vice do presidente Jair Bolsonaro (PL) no pleito deste ano.
“Nos anos seguintes ao dia 31 de março de 1964, a sociedade brasileira conduziu um período de estabilização, de segurança, de crescimento econômico e de amadurecimento político, que resultou no restabelecimento da paz no País, no fortalecimento da democracia, na ascensão do Brasil no concerto das nações e na aprovação da anistia ampla, geral e irrestrita pelo Congresso Nacional”, diz trecho do material divulgado.
No material, ainda é destacado que o golpe é “um marco histórico da evolução política brasileira, pois refletiu os anseios e as aspirações da população da época”.
O golpe de Estado no Brasil em 1964 foi a deposição do então presidente brasileiro João Goulart. O ato marcou o início da ditadura militar no país — que se estendeu por 21 anos. De caráter autoritário e nacionalista, o sistema impunha censura sobre a produção cultural e intelectual do país. O Congresso Nacional também foi fechado.
A ditadura ainda ficou marcada pelo grande número de mortos, torturados e perseguidos por conta de seu posicionamento contrário ao governo. Outro fato sobre o período foi o aumento da corrupção, uma vez que não havia liberdade para investigar os atos do Executivo. A desigualdade social também disparou e índices da economia como a dívida externa, por exemplo, foram agravados.
No entanto, no texto da Defesa o período é descrito como glorioso e apoiado pelos setores da sociedade.
“O século XX foi marcado pelo avanço de ideologias totalitárias que passaram a constituir ameaças à democracia e à liberdade. A população brasileira rechaçou os ideais antidemocráticos da intentona comunista, em 1935, e as forças nazifascistas foram vencidas na Segunda Guerra Mundial, em 1945, com a relevante participação e o sacrifício de vidas de marinheiros, de soldados e de aviadores brasileiros nos campos de batalha do Atlântico e na Europa.”
“Em março de 1964, as famílias, as igrejas, os empresários, os políticos, a imprensa, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as Forças Armadas e a sociedade em geral aliaram-se, reagiram e mobilizaram-se nas ruas, para restabelecer a ordem e para impedir que um regime totalitário fosse implantado no Brasil, por grupos que propagavam promessas falaciosas, que, depois, fracassou em várias partes do mundo. Tudo isso pode ser comprovado pelos registros dos principais veículos de comunicação do período”.
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