Escândalo no MEC

Senado mantém convite a Milton Ribeiro, porém presença depende do ex-ministro

Por não se tratar de uma convocação, ex-chefe da pasta da Educação não é obrigado a comparecer no colegiado

Cristiane Noberto
postado em 28/03/2022 19:14 / atualizado em 28/03/2022 19:15
 (crédito: Isac Nóbrega/PR)
(crédito: Isac Nóbrega/PR)

O agora ex-ministro da Educação Milton Ribeiro ainda poderá comparecer à comissão de educação do Senado para prestar esclarecimentos sobre as denúncias da existência de um gabinete paralelo dentro da pasta. O convite está marcado para a próxima quinta-feira (31/3), porém o comparecimento dependerá do pastor.

presidente Jair Bolsonaro (PL) exonerou Ribeiro a pedido do próprio na tarde desta segunda-feira (28). O ex-ministro teria afirmado ao chefe do Executivo que sairia do cargo para não atrapalhar na campanha de reeleição.

“Tenho plena convicção de que jamais pratiquei qualquer ato de gestão que não fosse pautado pela legalidade, pela probidade e pelo compromisso com o Erário. As suspeitas de que foram cometidos atos irregulares devem ser investigadas com profundidade”, escreveu na carta de exoneração.

Para o senador Jean Paul Prates (PT-RN), autor do requerimento de convite do ministro na comissão, a força do Congresso Nacional e a estratégia do constrangimento público estão servindo "para que esses processos sejam interrompidos em plena operação".

De acordo com o senador, o pedido de exoneração seria apenas para tentar dizer que não existe corrupção no governo. O parlamentar comparou o movimento a outras pastas, como Saúde e Justiça, que já tiveram ministros exonerados para evitar a arguição.

"A única diferença é que você tem agora uma investigação, um processo de combate, mas completamente diminuto, enfraquecido, desprestigiado e até mesmo direcionado", disse.

Explicações ao Congresso Nacional

Ao cumprir um "pedido especial do presidente da República" — como disse hoje mais cedo—, o ex-ministro da Educação se envolveu no que pode ser um grande escândalo de corrupção do governo: a denúncia é de que pastores tinham atendimento preferencial na liberação de verbas da pasta para prefeituras.

O caso virou alvo de investigação da Polícia Federal e, nesta semana, Ribeiro terá de dar explicação na Comissão de Educação do Senado. A oitiva está marcada para a próxima quinta-feira (31).

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