Escândalo no MEC

Em meio a denúncias de corrupção, Bolsonaro exonera ministro da Educação

"Tenho plena convicção que jamais realizei um único ato de gestão na minha pasta que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário", escreveu o agora ex-ministro na carta de demissão

Ingrid Soares
postado em 28/03/2022 17:04 / atualizado em 28/03/2022 17:33
Bolsonaro e Milton Ribeiro (à direita), ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes -  (crédito: Alan Santos/PR)
Bolsonaro e Milton Ribeiro (à direita), ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes - (crédito: Alan Santos/PR)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) exonerou nesta segunda-feira (28/3) o ministro da Educação, Milton Ribeiro. A saída do pastor foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Segundo consta no documento, a exoneração foi “a pedido”.

A permanência de Ribeiro na pasta teria ficado insustentável diante das denúncias de corrupção envolvendo outros pastores com tráfico de influência, ouro e bíblias contendo imagens do ministro da Educação.

A decisão de sua saída ocorreu após reunião com o presidente Jair Bolsonaro, na tarde de hoje, no Palácio do Planalto, onde ele entregou ao chefe do Executivo a carta de demissão.

“Tenho plena convicção de que jamais pratiquei qualquer ato de gestão que não fosse pautado pela legalidade, pela probidade e pelo compromisso com o Erário. As suspeitas de que foram cometidos atos irregulares devem ser investigadas com profundidade”.

O pastor afirmou ainda que quando teve conhecimento da denúncia, em agosto de 2021, encaminhou o caso à CGU para apuração. “Mais recentemente, solicitei também àquela Controladoria que auditasse as liberações de recursos de obras do FNDE, para que não haja dúvida sobre a lisura dos processos conduzidos. Cumpre ressaltar que os procedimentos operacionais relacionados à liberação de recursos pelo FNDE não são de competência direta do Ministro da Educação”, completou.

Segundo ele, o pedido de exoneração foi feito para que se siga a investigação do caso.

“Meu afastamento visa, mais do que tudo, deixar claro que quero uma investigação completa e isenta. Tomo esta iniciativa com o coração partido. Prezo pela verdade e sei que a verdade requer tempo para ser alcançada. Sei de minha responsabilidade política, que muito se difere da jurídica. Minha decisão decorre exclusivamente de meu senso de responsabilidade política e patriotismo, maior que quaisquer sentimentos pessoais.”

“Agradeço e despeço-me de todos que me apoiaram nesta empreitada, deixando o compromisso de estar pronto, caso o Presidente entenda necessário, para apoiá-lo em sua vitoriosa caminhada”, concluiu.

Mais cedo, em um rascunho da carta, o pastor terminou as declarações com um “até breve”. “Não me despedirei, direi um até breve, pois depois de demonstrada minha inocência estarei de volta, para ajudar meu país e o Presidente Bolsonaro na sua difícil mas vitoriosa caminhada”, dizia a versão anterior.

 

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