O tucano Eduardo Leite deixa o governo do Rio Grande do Sul na próxima segunda-feira, mas deve continuar no PSDB. Isso porque constrói-se um acordo envolvendo MDB e União Brasil para o lançamento de uma candidatura única à Presidência da República. Entre os tucanos, a preocupação é o partido chegar ao momento de decisão sem um nome competitivo — o do governador de São Paulo, João Doria, patina nas pesquisas de opinião com apenas 2% das intenções de voto.
No partido, cresce a avaliação de que Leite tem um potencial de crescimento muito maior do que Doria. O problema é que o paulista venceu as prévias do PSDB e, se for trocado, o resultado da votação seria rasgado e ficaria mais evidente a desorganização da legenda.
Assim, com Leite permanecendo na legenda, a ideia é tentar construir um consenso com MDB e União Brasil de que o gaúcho tem condições de ser mais competitivo do que Doria. O impasse está em convencer o governador de São Paulo, e seu grupo de apoiadores, de que deve abrir mão da disputa.
Na visão do grupo de Leite, o ideal seria que ele fosse o candidato ao Palácio do Planalto com a senadora Simone Tebet (MDB-MS) de vice na chapa. Os dois, porém, amargam baixos percentuais nas pesquisas, mas, para os apoiadores do gaúcho, pior ainda é a alta rejeição de Doria. Dizem, ainda, que pesquisas mostram potencial de crescimento para Leite.
Ao Correio, o deputado Aécio Neves (MG) — um dos pontas de lança da candidatura de Leite — disse que a escolha de Doria dificulta a construção de chapas para o Congresso porque não querem se vincular a "uma candidatura na qual não acreditam". Para o parlamentar, a hora de corrigir o equívoco do resultado das prévias é agora.
"Fiquei, nos últimos quatro meses, desde as prévias, aguardando que o governador Doria mostrassem uma capacidade mínima de aglutinar forças políticas ou da sociedade e que pudesse, também, apresentar alguma perspectiva de crescimento nas pesquisas. Absolutamente nada disso aconteceu", criticou. Entre os defensores da candidatura de Leite estão caciques como o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-senador José Aníbal.
Uma ala do PSDB, porém, rejeita o movimento para tirar Doria do jogo. Para o deputado Samuel Moreira (SP), discutir agora a troca de candidato na disputa pelo Planalto é "ficar sangrando em público". Na avaliação de Moreira, é preciso "dar uma chance" ao governador de São Paulo para que ele faça sua campanha. (Com Agência Estado)
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