Falas machistas

Alesp aprova abertura de processo que pode cassar Arthur do Val

No início do mês, vazaram áudios do parlamentar proferindo frases machistas contra as mulheres ucranianas durante viagem ao país

Luana Patriolino
postado em 18/03/2022 14:40 / atualizado em 18/03/2022 14:41
 (crédito:  Redes Sociasi/Reprodução)
(crédito: Redes Sociasi/Reprodução)

O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, na manhã desta sexta-feira (18/3), a abertura de processo que pode gerar a cassação do deputado Arthur do Val (sem partido), conhecido como Mamãe Falei. A decisão do colegiado foi unânime.

Ao total, são 21 representações a favor da cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro. A polêmica envolvendo o político começou no início deste mês, após ele dizer frases sexistas contra mulheres refugiadas ucranianas.

O parlamentar entregou a sua defesa prévia na tarde de quinta-feira (17). Agora, terá o prazo de mais cinco sessões plenárias para apresentar a Defesa de Mérito. Após a análise dos documentos, o conselho deve escolher o relator do caso. O advogado de Mamãe Falei, Paulo Henrique Franco Bueno, argumentou que as mensagens enviadas por Arthur do Val foram "ilicitamente divulgadas" e pediu o arquivamento do processo.

Na última terça, o diretório nacional do Podemos acatou o pedido de desfiliação de Arthur do Val. Ele estava filiado ao partido há cerca de 30 dias, segundo a sigla. O parlamentar também já havia anunciado a saída dele do Movimento Brasil Livre (MBL), devido à repercussão negativa das declarações.

Entenda o caso

No dia 4 de março, vazaram áudios do deputados em que ele fazia declarações de teor machista em relação a mulheres ucranianas. “Elas olham, e eu vou te dizer, são fáceis porque elas são pobres! E aqui, cara, a minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Depois eu te conto a história. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas minas, porque eu não tinha tempo. Dois grupos de minas. É inacreditável a facilidade”, diz em um dos trechos.

Em seguida, o parlamentar conta uma suposta experiência sobre ter sido paquerado por uma recepcionista na Ucrânia. “A recepcionista do hotel deu em cima de mim aqui. Meu Deus! Pensei: ‘Não é possível que isso esteja acontecendo, é uma mentira, é um filme, isso não tá acontecendo!’ Essas cidades mais pobres são as melhores, realmente é inacreditável. Juro por Deus, é outro mundo. Eu tenho 35 anos, cara, e eu nunca vivi isso. E eu nem peguei ninguém aqui. Não peguei. Só a sensação de saber que eu poderia fazer, e sentir como alguém, enfim, já sabem”.

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