O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, na manhã desta sexta-feira (18/3), a abertura de processo que pode gerar a cassação do deputado Arthur do Val (sem partido), conhecido como Mamãe Falei. A decisão do colegiado foi unânime.
Ao total, são 21 representações a favor da cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro. A polêmica envolvendo o político começou no início deste mês, após ele dizer frases sexistas contra mulheres refugiadas ucranianas.
O parlamentar entregou a sua defesa prévia na tarde de quinta-feira (17). Agora, terá o prazo de mais cinco sessões plenárias para apresentar a Defesa de Mérito. Após a análise dos documentos, o conselho deve escolher o relator do caso. O advogado de Mamãe Falei, Paulo Henrique Franco Bueno, argumentou que as mensagens enviadas por Arthur do Val foram "ilicitamente divulgadas" e pediu o arquivamento do processo.
Na última terça, o diretório nacional do Podemos acatou o pedido de desfiliação de Arthur do Val. Ele estava filiado ao partido há cerca de 30 dias, segundo a sigla. O parlamentar também já havia anunciado a saída dele do Movimento Brasil Livre (MBL), devido à repercussão negativa das declarações.
Entenda o caso
No dia 4 de março, vazaram áudios do deputados em que ele fazia declarações de teor machista em relação a mulheres ucranianas. “Elas olham, e eu vou te dizer, são fáceis porque elas são pobres! E aqui, cara, a minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Depois eu te conto a história. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas minas, porque eu não tinha tempo. Dois grupos de minas. É inacreditável a facilidade”, diz em um dos trechos.
Em seguida, o parlamentar conta uma suposta experiência sobre ter sido paquerado por uma recepcionista na Ucrânia. “A recepcionista do hotel deu em cima de mim aqui. Meu Deus! Pensei: ‘Não é possível que isso esteja acontecendo, é uma mentira, é um filme, isso não tá acontecendo!’ Essas cidades mais pobres são as melhores, realmente é inacreditável. Juro por Deus, é outro mundo. Eu tenho 35 anos, cara, e eu nunca vivi isso. E eu nem peguei ninguém aqui. Não peguei. Só a sensação de saber que eu poderia fazer, e sentir como alguém, enfim, já sabem”.
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