O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, nesta quinta-feira (17/3), da solenidade de hasteamento da bandeira no Palácio da Alvorada, que contou com a presença dos ministros da Esplanada. Logo depois, o chefe do Executivo deu início à primeira reunião ministerial do ano da equipe de governo. Entre as pautas a serem discutidas, está a reforma no grupo, com a saída de ao menos dez ministros que deixarão os cargos para disputar as eleições, além de suas respectivas substituições. O prazo para desincompatibilização é até o dia 2 de abril.
Bolsonaro já anunciou que entre os nomes que deixarão o governo estão a ministra da Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves; a ministra da Agricultura, Tereza Cristina; a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda; o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas; o ministro do Turismo, Gilson Machado; o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho; o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni; o ministro da Cidadania, João Roma e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes.
A maioria dos nomes “tampões” escolhidos sairão de dentro das próprias pastas, contando com os já atuantes secretários executivos. O presidente tem levado em consideração a indicação de todos os ministros.
Muito cotado para a Casa Civil, linha de frente na defesa do presidente na CPI da Covid, o senador Marcos Rogério (PL-RO), afirmou que, embora tenha recebido a ministra da Secretaria de Governo Flávia Arruda (PL) em seu gabinete ontem, não está na lista de ministros. “Ainda que o presidente pudesse me escolher, eu sou pré-candidato ao governo de Rondônia”.
Flávia Arruda, que concorrerá ao Senado pelo Distrito Federal, já manifestou ao presidente que uma boa escolha para ocupar o cargo estratégico de articulação política é o de Célio Faria, chefe de Gabinete do presidente, que conta também com a total confiança do chefe do Executivo. Mas, conforme lembrou um auxiliar, a decisão final é de Bolsonaro.
Também chegou a ser ventilado novamente o nome do senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), para o Ministério da Agricultura, que também foi um braço forte de Bolsonaro na CPI da Covid. O gaúcho afirmou que houve convite, mas que continua firme na disputa do governo do Rio Grande do Sul. Ele disse que Marcos Montes, o atual secretário-executivo da pasta, deverá ser o sucessor.
“A minha aposta é Marcos Montes. A ministra Tereza Cristina tem feito um bom trabalho e qualquer pessoa que ocupar o cargo dela tem que continuar esse trabalho. Ele está ali do lado e o presidente vai acatar a indicação dela”, frisou. Vale ressaltar que o secretário é deputado federal licenciado filiado ao PSD, de Gilberto Kassab.
O ministro Marcos Pontes (PL, apontou que a lista com as sugestões já foi entregue ao presidente e que os nomes são do próprio ministério para garantir uma continuidade de fluxo na pasta. Ele vai se candidatar à Câmara dos Deputados pelo PL, de São Paulo. Em seu lugar, é esperado um aliado vindo do PP.
Já para o governo, Bolsonaro quer Tarcísio Freitas concorrendo por São Paulo, Onyx Lorenzoni pelo Rio Grande do Sul e João Roma pela Bahia.
Outro nome do segundo escalão que deverá deixar o governo é o secretário nacional da Cultura, Mario Frias, que deve se candidatar a deputado federal.
Ontem, Bolsonaro destacou que a expectativa é que todos saiam do governo até o dia 31 de março.
"Agora, no dia 31, está previsto que sete, oito ministros devem sair para disputar o Senado, o governo estadual. Um ministro vai sair, que é o Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), para disputar a cadeira na Câmara dos Deputados por São Paulo", relatou.
Data da pré-candidatura de Bolsonaro e dúvida sobre vice
O presidente confirmou ainda que lançará sua pré-candidatura à reeleição no próximo dia 26. Questionado sobre o vice que comporá sua chapa, o chefe do Executivo disse que "vai esperar um pouco mais" para escolher. O mais cotado no momento é o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto. Caso seja confirmado, o nome do comandante do Exército, general Paulo Sérgio é um dos favoritos a substituir Braga Netto na pasta.
"O meu caso é diferente dos demais porque tenho um país a administrar. Pretendo, sem ser neste sábado, no próximo sábado, lançar a minha pré-candidatura em Brasília. [Sobre] o vice, vamos esperar um pouco mais. Tem muita gente querendo, o que é natural, e a gente vai trabalhando neste sentido. Vai ser um vice à altura de representar o presidente nas suas vacâncias. Essa é a intenção". Bolsonaro completou ainda que o critério para a escolha do vice não está calcado em popularidade para ajudá-lo a vencer as eleições, mas na capacidade de administração do país. O lançamento da candidatura do presidente ocorrerá no próximo dia 26, no edifício Brasil 21, sede do Partido Liberal, em Brasília.
Além dos ministros, o vice-presidente Hamilton Mourão, recém filiado ao Republicanos, deve ser candidato ao Senado no Rio Grande do Sul e não precisará deixar o cargo. No entanto, não poderá mais assumir a presidência na ausência de Bolsonaro.
O deputado Hélio Lopes (União-RJ) afirmou que a escolha do presidente seguirá o melhor para o país. “O que a gente sabe é que o presidente preza por nomes técnicos. Certamente, os substitutos não sairão dessa linha”, disse.
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