Trio forte deixa Paulo Guedes sob pressão

Correio Braziliense
postado em 15/03/2022 00:01
 (crédito: Caio Gomez)
(crédito: Caio Gomez)

Quando a Presidência da República, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados se unem em torno de uma causa, é difícil perder a briga. A máxima, sempre dita em conversas políticas, vale, agora, para a crise do preço dos combustíveis e deixa claro, na avaliação de muitos, que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não terá grande poder de manobra para evitar o subsídio governamental voltado a segurar os preços dos combustíveis.

A análise dos políticos ligados ao presidente Jair Bolsonaro é de que, se a guerra perdurar, terá de haver o subsídio para que os preços não subam ainda mais, comprometendo de vez o controle da inflação, o que atinge todos os brasileiros. E quanto mais próximo da eleição, mais a área econômica será pressionada nesse sentido e terá de arrumar dinheiro para atender a essa demanda. O preço dos combustíveis é, hoje, a maior preocupação do Planalto.

Está esperando o quê?

O governo federal já fez as contas e aguarda a redução do preço dos combustíveis na bomba em, pelo menos, R$ 0,60, por causa da nova lei do ICMS aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República. Esse era o efeito a curto prazo esperado pela área política do governo.

Não adianta tirar o general

Mesmo com toda a confusão e reclamações do presidente Jair Bolsonaro a respeito do preço dos combustíveis, os mais próximos do chefe do Executivo consideram que trocar o presidente da Petrobras, o general Silva e Luna, não resolverá o problema. A alta do dólar que, certamente, viria nesse momento, por causa da troca na empresa, seria mais um fator para elevar o valor dos combustíveis na bomba.

Chave de ouro

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, chega hoje ao Brasil com mais uma boa notícia para o setor: a abertura do mercado canadense para a carne brasileira, bovina e suína. Ela deixa o cargo no final deste mês com um rol de novos mercados para os produtores brasileiros.

Olhar de especialista

O governo federal abriu audiência pública, no mês passado, para a aquisição de insulina humana. O plano é comprar 66,2 milhões de canetas descartáveis ou refis (tubetes). Beleza. Só tem um probleminha: o custo é três vezes maior do que o dos tradicionais frascos do medicamento: R$ 3,39 contra
R$ 1,14, segundo dados do portal de licitações governamentais o compras.net e da consultoria do setor farmacêutico. "Por que a insistência em comprar este ano, na forma de canetas e refis? É praticamente todo o volume adquirido em 2021. Por que não adquirir na forma de frascos, que são mais baratos? Quantos fornecedores são capazes de atender a essa demanda?", pergunta o médico sanitarista Gonzalo Vecina, um dos fundadores do SUS.

Leão no ataque/ Ao anunciar o rompimento da aliança de 14 anos com o PT, o vice-governador João Leão avisa que não brigou com ninguém e que seu futuro político está em aberto. "Como vice-governador, posso ser candidato ao governo ou a senador. As conversas dos próximos dias dirão", afirmou à coluna. O prazo do vice-governador é esta quinta-feira.

Hora da acomodação/ Os parlamentares Carla Zambelli (SP) e Eros Birondini (MG) se filiam, hoje, ao PL de Jair Bolsonaro. No DF, a secretária de Justiça, Marcela Passamani, também segue para a legenda. Bia Kicis marcou seu ingresso no partido para sábado, com uma nova onda de filiados.

De grão em grão.../ O poder de atração do PL, partido de Jair Bolsonaro e de Valdemar da Costa Neto (foto), nunca foi tão grande. Começou o governo com quatro senadores. Agora, já tem 10.

Grupo de notáveis/ O advogado Kiko Caputo, conselheiro federal da OAB pelo DF, assumiu, ontem, um assento na Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da Ordem, grupo que reúne alguns dos principais nomes do direito no país, como o jurista e ex-presidente da OAB Marcus Vinicius Furtado Coêlho. A posse foi prestigiada por três ministros do STF: Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques.

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