Combustíveis

Mourão diz que presidente da Petrobras "aguenta a pressão"

A declaração foi feita a jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto após ser questionado sobre a possibilidade de Silva e Luna pedir demissão

Ingrid Soares
postado em 14/03/2022 11:40 / atualizado em 14/03/2022 11:42
 (crédito: EVARISTO SA)
(crédito: EVARISTO SA)

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou, nesta segunda-feira (14/3), que o presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, é "resiliente" e "aguenta a pressão". A declaração foi feita a jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto, após ser questionado sobre a possibilidade de Silva e Luna pedir demissão em meio à pressão em conter a alta do preço dos combustíveis em meio à guerra no Leste Europeu. "Silva e Luna é resiliente, sempre foi. Como bom nordestino, aguenta pressão", apontou.

Mourão ainda falou sobre os riscos de intervenção na política de preços da Petrobras. "Intervenção no preço é algo que a gente sabe como começa e o término é sempre uma bagunça." "O governo está buscando soluções junto com o Congresso, seja aí mudança no cálculo do ICMS, a questão de fundo para estabilização, a redução do Pis/Cofins a zero. Então, são as soluções que estão sendo buscadas em momento difícil do mundo em que, uma vez solucionada a situação do conflito vivida lá entre a Rússia e a Ucrânia, a tendência é que os preços voltem aos níveis anteriores", completou.

No fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) apontou que, como o novo reajuste de preços, a estatal "demonstra que não tem qualquer sensibilidade com a população".

"Lamento porque poderia ter esperado mais um dia (para anunciar o aumento). A Petrobras demonstra que não tem qualquer sensibilidade com a população. É Petrobras Futebol Clube, o resto que se exploda. Se tivesse atrasado um dia", criticou, durante visita ao Jardim Ingá, em Luziânia, Goiás.

O presidente também foi questionado se o dirigente da Petrobras poderia deixar o cargo. Ele afirmou que "qualquer um pode ser trocado".

No sábado (12/3), Bolsonaro mencionou a adoção do subsídio a combustíveis, especialmente o diesel. Ele considera o mecanismo "uma questão excepcional" e que a decisão vai passar pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

"Ele (Guedes) já deu um indicativo dessa possibilidade se o barril do petróleo explodir lá fora. Porque se você jogar todo preço para o consumidor, o Brasil explode a inflação e explode a economia. Não queremos isso. A questão do subsídio é excepcional que o Paulo Guedes vai decidir porque ele continua sendo ministro de minha confiança", afirmou.

O presidente ainda comentou sobre a aprovação do projeto de lei que zera a cobrança de PIS e Cofins sobre o diesel. "Ontem (sexta-feira), eu sancionei por volta de 23h um projeto de lei complementar que, no final das contas, ao invés de R$ 0,90 de reajuste no diesel, passou para R$ 0,30. É alto, sim, mas é possível você suportar porque a crise é mundial", disse. O projeto também determina a criação de uma alíquota única em todos os estados para o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) de combustíveis. A sanção foi publicada, sem nenhum veto, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

Bolsonaro adiantou também que o governo estuda replicar a redução de impostos federais para a gasolina. A proposta poderá chegar ao Legislativo nesta semana. "O Senado resolveu mudar na última hora. Caso contrário, nós teríamos também um desconto na gasolina, que está bastante alto. Se bem que — a alta — é no mundo todo. Mas, se nós podemos melhorar isso aqui, não podemos nos escusar e nos acomodar. Se pudermos diminuir aqui, faremos isso", garantiu.

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