ELEIÇÕES 2022

Negociações entre PSOL e PT para apoio da candidatura de Lula foram "positivas"

Esse foi o primeiro passo que engloba a rodada de negociações para fechar possíveis acordos em relação as eleições de 2022

Maria Eduarda Angeli*
postado em 09/03/2022 19:43 / atualizado em 09/03/2022 20:08
Reunião entre PSOL e PT -  (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
Reunião entre PSOL e PT - (crédito: Reprodução/Redes Sociais)

Representantes do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e do PT (Partido dos Trabalhadores) se reuniram nesta quarta-feira (9/3), para negociar os termos de uma possível aliança de apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. A conversa teve posicionamento firme do PSOL, que defende que Alckmin não seja parte da chapa petista.

Participaram do encontro os presidentes nacionais dos dois partidos — Juliano Medeiros (PSOL) e Gleisi Hoffmann (PT) —, além da deputada Taliria Petrone (PSOL-RJ), o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) e os deputados petistas Paulo Teixeira (SP) e José Guimarães (CE).

“Foi uma reunião onde apresentamos pontos importantes para o PSOL, algumas ressalvas e a possibilidade de o Lula ter como vice um candidato neoliberal”, relatou Juliano Medeiros. De acordo com ele, as legendas devem continuar se reunindo nas próximas semanas. “Ainda temos até 30 de abril, nas nossas convenções, então temos tempo para chegar a um consenso.”

O presidente destacou que o PT demonstrou “convergência com as pautas de seu partido”, e compreensão com as ressalvas pontuadas. Porém, o apoio não é tão simples, já que uma das principais demandas do PSOL é que a chapa de Lula não tenha Alckmin como vice. “O Alckmin não representa o programa de mudanças que a gente quer para o Brasil. Ele tem um histórico de associação com pautas que não nos representam”.

A deputada Taliria Petrone endossou a declaração: “Depende de que o Alckmin não seja parte da chapa, porque ele não representa essa questão popular”. Segundo ela, o partido vai fazer de tudo para que o ex-tucano não se associe a Lula. No entanto, na situação extrema de um avanço de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto, a legenda pode apoiar o PT de todo o modo, caso a agenda Lula-Alckmin condiga com a visão do PSOL. Isso porque “a unidade é fundamental para derrotar o Bolsonaro”.

Embora os pormenores não tenham sido totalmente acertados, os representantes admitiram que o encontro foi proveitoso para ambos os lados. “Foi uma reunião que eu considerei muito boa. Um bom ponto de partida, o PT se mostrou disposto”, disse Petrone.

Segundo o pré-candidato ao governo de São Paulo, Guilherme Boulos, a reunião foi “muito positiva”. “Nós apresentamos os três pontos prioritários, do ponto de vista de programas, para serem incorporados pela candidatura do Lula numa unidade: a revogação do teto de gastos, uma agenda ambiental mais ousada, reforma tributária com taxação de fortunas. Também colocamos a importância de fazer uma campanha mobilizada, engajada, envolver militantes de movimentos sociais, inclusive para conter esse ligeiro avanço do Bolsonaro.”

* Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes

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