O cantor e compositor Caetano Veloso convocou artistas e movimentos para participar do Ato pela Terra Contra o Pacote da Destruição, nesta quarta-feira (9/3), na Esplanada dos Ministérios, próximo ao Congresso Nacional, em Brasília.
A mobilização em Brasília recebeu apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e representantes de movimentos como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) também participam.
Por meio das redes sociais, Caetano explicou a importância de apoiar ao evento. “Esperamos que a luz lançada no Senado possa levar a resultados práticos. O presidente da Câmara tem dado mostras de fazer passar toda a desastrosa permissividade que o atual governo propõe”, disse.
Espero todos vocês em frente ao Congresso Nacional, a partir das 15h. Vamos juntos cantar pela paz e pressionar o Congresso para barrar o Pacote da Destruição Ambiental. pic.twitter.com/xBesx3m5qI
— Caetano Veloso (@caetanoveloso) March 8, 2022
Além de Caetano, que ainda não confirmou se fará show durante o ato, os artistas Emicida, Criolo, Maria Gadú, Seu Jorge, Bela Gil, Malu Mader, Lázaro Ramos, Nando Reis, Daniela Mercury, Baco Exu do Blues e Bruno Gagliasso estão com presença confirmada no ato.
Naturais de Brasília, os músicos do Natiruts já confirmaram presença. Para o vocalista Alexandre Carlo, o ato provoca a sociedade a se posicionar contra uma “agenda negativa” do atual governo e do Congresso Nacional que pode ter impacto de longo prazo para todos os brasileiros.
“O cenário que os cientistas estão alertando há quase duas décadas atrás: catástrofes climáticas, crise hídrica, dentre outras. O governo Bolsonaro infelizmente fracassou. Digo ‘infelizmente’ devido ao aumento da fome no Brasil, as pessoas nos sinais pedindo ajuda, pelo descaso, do negacionismo no período crítico da pandemia e pelo preço absurdo dos itens básicos de sobrevivência para a maioria dos brasileiros, como feijão, carne, gás e gasolina. No governo Bolsonaro quem era rico ficou milionário, quem era pobre agora está miserável e a classe média acabou pagando a conta”, avalia o artista.
Ato
O conjunto de projetos contra os quais o movimento protesta, nesta quarta-feira na Esplanada, tem sido chamado por ambientalistas e ativistas de “pacote da destruição”. Na lista, por exemplo, está o Projeto de Lei 191/2020, que modifica a atual legislação e legaliza a exploração mineral de terras indígenas na Amazônia.
Também estão os projetos de lei 191/2020 e 490/2007 – que liberam atividades como mineração e hidrelétricas em terras indígenas e barram o reconhecimento de novos territórios com a tese do marco temporal; os PL 2.633/2020 e 510/2021, apelidado pelos ambientalistas de PLs da Grilagem por flexibilizarem as regras de exploração de terra na região da Amazônia Legal; e o PL 6.299/2002 que amplia a margem para autorização a inserção de novos agrotóxicos no mercado.
A circulação de artistas e ativistas promete mobilizar a agenda política. A concentração está marcada para começar a partir das 14h, na Avenida das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional. Às 15h, os artistas, ambientalistas e representantes de organizações sociais participam de uma audiência com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a quem deverão apresentar um manifesto.
Às 16h, o grupo volta para a área externa do Congresso onde estará montado um trio elétrico. Além de discursos e transmissão via redes sociais, todos esperam que Caetano Veloso faça uma rápida apresentação musical.
Alô, Brasília! Amanhã (09/03), estarei acompanhado de meus colegas artistas, comunicadores e representantes de movimentos sociais para ampliar a voz da sociedade civil no #AtoPelaTerra!
— Caetano Veloso (@caetanoveloso) March 8, 2022
: Rodrigo Oliveira pic.twitter.com/BKgFAsR3tq
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