O barril de petróleo voltou a ser negociado a preço recorde desde 2014. Fechou, ontem, a US$ 112,93. Mesmo após países que têm estoque do produto anunciarem a liberação de 60 milhões de barris e com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) concordando em aumentar a oferta, o petróleo russo está sendo vendido com 20% de deságio, porque nações estão se recusando a comprá-lo.
Essa não é a primeira vez que uma guerra — ou uma invasão — ameaça cortar o suprimento de uma commodity importante como o petróleo. Isso já ocorreu na Guerra do Golfo, em 1991, e, mais recentemente, na invasão americana no Afeganistão e no Iraque, que se seguiram aos atentados de 11 de setembro de 2001. É a primeira vez, porém, que o governo que invade um país enfrenta sanções não apenas políticas, mas também empresariais. E com velocidade e abrangência nunca vistas.
O preço do barril é alarmante quando considerado que países que têm estoque do óleo, como os Estados Unidos, anunciaram a liberação de 30 milhões de unidades como parte de um esforço internacional para estabilizar o mercado após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Outro exemplo é o da Opep, que concordou em manter sua política de aumento na produção de petróleo. Segundo o comunicado da entidade, o objetivo é de "ajustar para alta seu nível total de produção em 400 mil barris por dia para o mês de abril de 2022", continuando a restauração gradual da produção interrompida durante a pandemia da covid-19.
Com a alta de preços dos combustíveis, aumentou o desgaste entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e a Petrobras. O chefe do Executivo tem pressionado a estatal para que os reajustes não sejam repassados ao valor dos produtos neste momento. (Fernanda Strickland e Maria Eduarda Angeli, estagiária sob a supervisão de Cida Barbosa)
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