O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (2/3) que o potássio, um dos fertilizantes essenciais usados na agricultura brasileira, pode faltar ou ainda encarecer em razão da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Com isso, voltou a justificar a exploração do mineral em terras indígenas. Ele ainda defendeu que a "nossa segurança alimentar e economia exigem do Executivo e do Legislativo medidas que nos permitam a não dependência externa de algo que temos em abundância".
"O potássio e a nossa segurança alimentar: Em fevereiro de 2016, como deputado, discursei sobre nossa dependência do potássio da Rússia. Citei 3 problemas: o ambiental, o indígena e a quem pertencia o direito exploratório na foz do Rio Madeira (existem jazidas também em outras regiões do Brasil).
Nosso Projeto de Lei n° 191 de 2020, permite a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas". Uma vez aprovado, resolve-se um desses problemas. Com a guerra Rússia/Ucrânia, hoje corremos o risco da falta do potássio ou aumento do seu preço. Nossa segurança alimentar e agronegócio (Economia) exigem de nós, Executivo e Legislativo, medidas que nos permitam a não dependência externa de algo que temos em abundância", escreveu nas redes sociais.
Em coletiva no último dia 27, Bolsonaro também defendeu a exploração de fertilizantes e produção de energia em terras indígenas. Segundo o presidente, com o conflito no leste europeu, cai a produtividade de fertilizantes no país, e regiões como a foz do Rio Madeira, uma reserva indígena, poderia suprir essa demanda.
O presidente criticou então a quantidade de demarcações de terras indígenas existentes no país. Segundo ele, "o Brasil foi em parte inviabilizado no passado com a indústria da demarcação de terras indígenas".
"Nós temos fertilizante no Brasil, na foz do Rio Madeira, temos potássio em abundância, mas é uma reserva indígena, porque não exploramos isso daí", apontou.
O presidente também criticou o novo marco temporal, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). "Vamos supor que esse novo marco temporal seja reconhecido. O somatório dessas áreas que surgirão equivalem a uma região Sul", pontuou.
Segundo ele, “nós eliminaremos a possibilidade da agricultura funcionar. Ao termos outra área (demarcada) do tamanho do estado de São Paulo, nós trazemos problemas para nós mesmos".
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