Democracia ficará mais forte quando der voz às mulheres

Correio Braziliense
postado em 01/03/2022 00:01
 (crédito: kleber sales)
(crédito: kleber sales)

Neste ano eleitoral, o Brasil inicia o mês de março com uma missão: aumentar a participação das mulheres na política. Elas formam a maioria do eleitorado, mas ocupam um espaço restrito nos Poderes da República. No Congresso Nacional, por exemplo, há 77 mulheres entre 513 deputados. No Senado, o percentual é igualmente rarefeito: a Casa conta apenas com 13 senadoras. No Supremo Tribunal Federal, a presença feminina também é minoritária, com as ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber. Nas duas oportunidades que teve para modificar a composição do STF, o presidente da República optou por escolher candidatos do sexo masculino. No Executivo, apenas três mulheres ocupam cargos de destaque: as ministras Tereza Cristina (Agricultura), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).

De todos os postulantes à eleição presidencial, somente a senadora Simone Tebet (MDB-MS) se apresentou para os eleitores. É muito pouco. Infelizmente, a disputa nas urnas este ano tende a se resumir a um embate entre homens. Líder da Bancada Feminina no Senado, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) contou, em entrevista ao Correio, que está à disposição do partido para uma chapa majoritária, a depender das negociações para uma federação. Sabemos que não é operação simples.

Para além de homenageá-las no próximo dia 8, é chegada a hora de ampliar o acesso das mulheres no processo político. Engajar mais mulheres na política equivale a fortalecer a democracia.

Reação ao IPI

A bancada amazonense reagiu em peso ao decreto do governo federal que fez um corte linear de 25% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Os três senadores e oito deputados acusam o ministro Paulo Guedes de "quebra de confiança", pois a redução do tributo tem impacto sobre as vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus sobre outras áreas industriais.

Desvantagem

O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PSD-AM), alertou. "Alguns políticos e o ministro Paulo Guedes dizem que o Amazonas deveria depender menos da Zona Franca. Concordo. Só que se perdermos as vantagens comparativas da Zona Franca, perderemos a indústrias e 100 mil empregos diretos e mais de 400 mil indiretos que o modelo gera em meses ou até dias", argumentou.

Aos tribunais

Em reação ao decreto, a bancada amazonense pretende ajuizar duas ações. A primeira, no Tribunal Superior Eleitoral, vai pedir a suspensão da medida com base na lei 9.504, que veda a concessão de beneficio em ano eleitoral. A segunda ação será encaminhada ao Supremo Tribunal Federal, com a alegação de que o regime especial para a Zona Franca de Manaus está previsto na Constituição.

Demissão no Ipen

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) lamentou, em nota, a exoneração do diretor do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Wilson Calvo. A decisão partiu do Ministério Segundo a SBPC, Calvo foi demitido por discordar da quebra do monopólio da União na produção de radiofármacos utilizados na medicina nuclear para pacientes do SUS. Wilson Calvo defende, segundo a SBPC, a ampliação desse atendimento no sistema público de saúde.

Diálogo

A SBPC lembrou, ainda, que a decisão desconsidera o convênio com o governo de São Paulo, que tem participação na escolha do diretor do Ipen. Por fim, a entidade pede ao MCTI que reconsidere a decisão e proponha o diálogo. O Correio entrou em contato, por e-mail, com a pasta, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.

Semântica

Primeiramente, o presidente Bolsonaro se disse "solidário" à Rússia na questão ucraniana. Depois, passou a defender a "neutralidade" ante o conflito, enquanto o embaixador do Brasil na ONU dá seguidas declarações condenatórias à ofensiva de Putin. Ontem, à Globonews, o ministro Carlos França falou que o Brasil busca o "equilíbrio", e não propriamente a neutralidade. Está difícil enxergar coerência no posicionamento do governo brasileiro.

Bandeiras na rede

Nas redes sociais, as embaixadas da Ucrânia e da Rússia estão empenhadas em uma guerra virtual. Com 11,5 mil seguidores no Twitter, a representação russa compartilhou os discursos de Putin e as acusações do embaixador russo na ONU sobre supostas agressões de nacionalistas ucranianos na região de Donbass. A embaixada da Ucrânia, por sua vez, conta com 4,4 mil seguidores. Os posts reúnem cenas dos ataques russos, contatos com diplomatas de países solidários e ações do presidente Zelensky. Vários textos não citam o nome de Rússia nem de Ucrânia: utilizam a bandeira nacional dos dois países.

Moro internacional

Sergio Moro decidiu internacionalizar a oposição a Bolsonaro. Em inglês, escreveu um post no Twitter no qual se solidariza com a bravura do povo ucraniano após cinco dias de guerra contra a Rússia. E diz que a ambiguidade do governo Bolsonaro em relação ao conflito não representa o sentimento do povo brasileiro.

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