Em coletiva de imprensa em Brasília, o encarregado da Embaixada da Ucrânia, Anatoliy Tkach, pediu ajuda humanitária e o envio de armas, equipamentos de proteção e combustíveis ao país. Tkach também reforçou o apelo para sanções mais duras contra a Rússia, como a retirada do sistema de troca de informação financeira, Swift.
"A Ucrânia está pedindo à comunidade internacional a solidariedade, estamos pedindo que aumentem as sanções, para isolar a Rússia nos fóruns internacionais e apoiar a Ucrânia com armas, equipamentos de proteção e combustíveis. Esperamos que a comunidade internacional adote a resolução de reforçar as sanções e tirar a Rússia do Swift", completou.
"O objetivo das sanções é parar a agressão. A agressão não parou. É necessário impor sanções ainda mais fortes e, em primeiro lugar, desconectar a Rússia do Swift", reiterou.
Ele ainda apontou que as tropas russas estão sofrendo perdas, com confirmação de 3500 mortos e 200 presos. "No entanto, a Ucrânia está aberta ao diálogo e está aplicando todos os esforços diplomáticos possíveis", disse. Do lado ucraniano, até a última atualização, foram 198 mortos incluindo 3 crianças, além de 1115 feridos.
A respeito do silêncio de Bolsonaro sobre a crise, rebateu que o Brasil se posicionou ontem no Conselho da ONU e apoiou a resolução que condena a Rússia, solicitando a retirada das tropas da Ucrânia. Questionado se “não se faria necessário um posicionamento do presidente”, respondeu que "esse posicionamento (na ONU) já é uma posição oficial do Brasil".
Citando a votação da resolução da Onu, emendou que dos 15 membros, 11 votaram a favor da medida, três se abstiveram e um votou contra. "O mundo está apoiando a Ucrânia".
Segundo ele, áreas civis estão sofrendo ataques com o propósito de "semear o pânico entre a população".
"A Rússia tentou destruir a barragem de Kiev, o que poderia provocar inundações em massa e danos em usina nuclear locais". O encarregado da Embaixada ucraniana relatou também que, de acordo com o serviço de Inteligência, "as forças russas preparam uma ação com uma bandeira falsa para desumanizar as forças ucranianas". "As tropas russas podem usar uniforme de outro país, da Ucrânia, para fazer algum ato desumano. Temos dados da nossa Inteligência de que isso pode acontecer". "Peço a todos que não confiem em desinformações e busquem fontes confiáveis", continuou.
Por fim, comentou que a população russa também está protestando contra "a decisão insana de Putin". "Foram presas milhares de pessoas que participaram dos protestos pacíficos em mais de 50 cidades russas", concluiu.