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Comando da PF já teve quatro diretores durante governo Bolsonaro

Delegado Márcio Nunes de Oliveira assume como quarto diretor-geral da corporação no governo Bolsonaro. Ele substitui Paulo Maiurino

O presidente Jair Bolsonaro trocou, mais uma vez, o diretor-geral da Polícia Federal. O delegado Márcio Nunes de Oliveira será o quarto chefe da corporação neste governo. Até então secretário-executivo do Ministério da Justiça, ele substitui Paulo Maiurino, que estava na função desde abril do ano passado.

A troca foi publicada na edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de ontem. A decisão foi assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, um dos caciques do Centrão, base de apoio do governo.

Em postagem nas redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, anunciou as mudanças. Maiurino assumirá o comando da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad).

"Ao dr. Maiurino, meu reconhecimento pelo trabalho diário de reforçar o papel da Polícia Federal como instituição autônoma, sim, mas com respeito a preceitos fundamentais da corporação, como hierarquia e disciplina. Sua experiência profissional será fundamental à frente da Senad", escreveu o ministro no Twitter.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) ressaltaram, em nota, que Márcio Nunes de Oliveira "possuiu vasta experiência na corporação e currículo condizente com as responsabilidades e desafios do cargo que agora passa a ocupar". As entidades, no entanto, mostraram preocupação com mais uma mudança na cúpula da corporação. "Sucessivas trocas no comando da instituição geram consequências administrativas e de gestão, que podem prejudicar a celeridade e a continuidade do trabalho de excelência apresentado pela PF", enfatizaram.

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Investigação

Eventos ocorridos nos últimos meses podem ter contribuído para a movimentação na Polícia Federal. No início de fevereiro, a corporação entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório da investigação contra Bolsonaro na qual concluiu que o presidente cometeu crime ao divulgar informações sigilosas de inquérito sobre ataque hacker aos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O chefe do Executivo não foi indiciado, porém, sob justificativa de foro privilegiado, conforme sustentou a delegada Denisse Ribeiro, responsável pelo caso e que assina o documento.

Na quinta-feira, o Ministério da Justiça nomeou Cristiano Barbosa Sampaio para exercer o cargo de coordenador-geral de pesquisa e inovação da Secretaria Nacional de Segurança Pública. A portaria foi assinada por Márcio Nunes de Oliveira.

Sampaio é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por suposta participação em organização criminosa que atuaria obstruindo e vazando informações a investigados pela Polícia Federal em Tocantins.

No ano passado, ele foi alvo da operação que afastou o governador de Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), do cargo.

Por meio de nota, o Ministério da Justiça explicou que "o inquérito está em andamento, não havendo nenhuma conclusão sobre as suspeitas levantadas". "Por outro lado, o delegado de Polícia Federal Cristiano Barbosa Sampaio apresenta elevada experiência profissional e tem muito a contribuir com o Ministério da Justiça e Segurança Pública" completou o comunicado.