Gestão com muitas rusgas

Nos bastidores da Polícia Federal, delegados comentam que, quando Paulo Maiurino assumiu a Direção-Geral da corporação, foi por uma indicação interna, aceita pelo ministro da Justiça, Anderson Torres. Mas há relatos divergentes sobre o relacionamento entre os dois: parte dos delegados diz que eles eram bem alinhados, outra parte afirma que não tinham uma relação próxima.

O novo diretor-geral, porém, é afinado com Anderson Torres. Márcio Nunes de Oliveira foi superintendente da Polícia Federal no Distrito Federal e é respeitado dentro da instituição.

A gestão de Paulo Maiurino na Polícia Federal ficará marcada por desentendimentos com delegados. Ele demitiu, por exemplo, o delegado Hugo de Barros Correia um dia após ficar sabendo, de última hora, da realização de uma operação que envolvia aliados bolsonaristas.

Os peritos criminais federais, importante braço da PF que cuida exclusivamente da análise de documentos e outras provas que abastecem os inquéritos de polícia judiciária, receberam com "preocupação" mais uma troca no topo da instituição.

O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo, ressaltou que mudanças frequentes na chefia da PF fragilizam a instituição. "A prerrogativa de mudar a direção da PF não deve ser confundida com uma espécie de carta branca para destituir, em períodos tão curtos e sem apresentação de critérios objetivos, os dirigentes máximos do órgão", ressaltou, em nota.