O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o posicionamento do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) sobre o papel do Brasil na guerra da Ucrânia. O chefe do Executivo afirmou, nesta quinta-feira (24/2), que o vice não tem competência para fazer os comentários e disse que ele está "dando peruada naquilo que não lhe compete".
"Quero deixar bem claro, está no artigo 84 da Constituição, quem fala sobre esse assunto é o presidente e quem é o presidente é Jair Messias Bolsonaro. Com todo respeito a essa pessoa que falou isso, e falou mesmo, eu vi as imagens, está falando algo que não deve. Não é de competência dela. É de competência nossa. [O posicionamento] É acertado", disse o presidente ao lado do ministro Relações Exteriores, Carlos França.
O presidente ainda admitiu que a visita a Rússia tomou "uma proporção muito mal" e desde o ano passado, quando foi a primeira vez, o mundo vem conversado com o governo brasileiro. Bolsonaro ainda destacou que o posicionamento é pela paz.
"Sempre, na medida do possível, queremos a paz, a guerra não interessa a ninguém, somos da paz. Teremos uma reunião [com os ministros] para dimensionar o que estar acontecendo e o Brasil tomar sua posição", frisou.
Bolsonaro também destacou que ouve primeiro os ministros das Relações Exteriores e da Defesa, França e Braga Netto respectivamente, antes "que são responsáveis para tratar desses assuntos".
"Só para vocês terem uma ideia. Não é combinado, é acertado naturalmente, quando é que eu falo qualquer coisa sobre esse problema Rússia e Ucrânia? Eu falo depois de ouvir o ministro Carlos França, das Relações Exteriores, e o da Defesa, Braga Netto. E ponto final. Se for o caso, convido mais algum ministro para tomar uma decisão", disse.
O presidente ainda afirmou que fez uma boa viagem para a Rússia. "Acertamos a questão dos fertilizantes, mas o país mais importante do mundo é o Brasil e tudo o que fizermos será pela paz", destacou;
Carlos França também destacou que, neste momento, o Brasil trabalha em um plano de contingência para cuidar dos cerca de 500 brasileiros que vivem na Ucrânia. "A embaixada está aberta e dedicada a proteção dos brasileiros naquele país, pensando em tirar os brasileiros que estão em região de conflito e em quem quer sair de lá. Estamos elaborando um plano de contingência que não podemos revelar agora, mas envolve e negociação com os países vizinhos e com as autoridades ucranianas. Só vamos tirar [os brasileiros de lá] quando tivermos a condição adequadas segura e de maneira ordenada", afirmou