PT aumenta impasse com PSB

Marcelo Freixo (PSB-RJ), deputado federal e pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, foi criticado pelo atual governador do estado, Cláudio Castro (PL), por sugerir, na última sexta (18), um projeto de lei para que o imposto laudêmio — ou "taxa do príncipe", como é conhecido — fosse direcionado para a reconstrução de Petrópolis, que sofre com a destruição causada pelas chuvas.

O imposto, que serviria de fonte para um fundo, é obtido no pagamento de uma taxa de 2,5% do valor do imóvel vendido na Região Serrana. Isso surgiu durante o Brasil Império, quando Dom Pedro II distribuiu lotes de sua fazenda a imigrantes. Hoje, o tributo é recolhido pela Companhia Imobiliária de Petrópolis, administrada por herdeiros da antiga família real e vai para os descendentes da coroa portuguesa.

Castro, que é aliado do presidente Jair Bolsonaro (PT), atacou a iniciativa do adversário político — que recebe apoio do PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas para pleito de outubro. Nas redes sociais, o governador o chamou Freixo de "Zé do Caixão da política". "Você só sabe fazer politicagem em cima do sangue e da tragédia das pessoas! (...) Vem a Petrópolis mentir, criar intrigas e gerar confusão!", escreveu.

A reação do governador pode ter explicação no que foi indicado pelo Portal da Transparência. Foi verificado que na gestão de Castro os recursos que deveriam ser direcionados para prevenção de catástrofes, em obras para evitar tragédias como as mais recentes da região serrana, não foram utilizados em sua totalidade. Do total de R$ 407,8 milhões, apenas o equivalente a 46% foi usado. O restante, cerca de R$ 192,8 milhões, foi empenhado.

Em meio à crítica, Freixo afirmou à coluna de Leonardo Sakamoto, do UOL, que telefonou para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para falar sobre o PL. "Prometeu que irá colocar o projeto em votação", disse o parlamentar ao colunista.

Para o opositor, o deputado enviou a resposta também virtualmente. "Aceite ajuda rapidamente de quem oferecer, mantenha a serenidade e vamos ao trabalho", publicou. Ainda de acordo com o autor da proposta, esse não é um momento para ataques e sim de união, pois "há muito trabalho para ser feito". (TA)