O Diretório Nacional do Cidadania aprovou, ontem, a federação com o PSDB. O partido decidiu, também, de forma unânime, pela manutenção do senador Alessandro Vieira (SE) como pré-candidato à Presidência da República.
O Cidadania havia sido procurado, ainda, por Podemos e PDT, mas a maioria optou por fechar com os tucanos. Em primeiro turno, foram 54 votos pela federação com o PSDB, 37 com o PDT, 14 com o Podemos, e cinco abstenções. No segundo turno, 56 votos pela união com o PSDB, 47 com o PDT, e sete abstenções.
Responsável por coordenar o comitê de negociação com os partidos, Vieira não aprova a formação de federações e, por isso, se absteve nos dois turnos. "Eu sou contrário à federação neste momento, pois ela não ajuda o partido nem a democracia. O membro do partido que está nos estados e nas cidades pode perder autonomia. A minha situação pessoal é fácil e confortável, sou senador no meio do mandato, tenho voz e autonomia", argumentou. "O problema é na cidade e no estado, onde o político do partido vai ter de aceitar essa verticalização à força ou sair do partido. Temos de cuidar disso, ajustar os termos para proteger essas pessoas."
Como cada federação só pode ter um candidato à Presidência da República e demais cargos majoritários, os planos de Vieira chocam com os do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o candidato tucano ao Planalto, definido nas prévias da legenda. Sobre uma eventual composição de chapa com o gestor paulista, Vieira disse que era "assunto para depois", pois no momento, o foco é construir um estatuto para estruturar a federação, caso seja concretizada.
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, disse que o debate foi democrático e "respeitou a história do nosso e dos demais partidos que manifestaram interesse em uma federação". "Tenho profundo respeito pelo PDT e pelo Podemos, mas o partido optou democraticamente pelo PSDB", afirmou, em declaração no site da legenda. "Importante frisar que foi discutida uma federação e não o apoio a candidaturas específicas, embora a aliança vá ter apenas um candidato. Isso será tratado no processo de consolidação da federação."
O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) enxerga a federação como algo positivo e afirmou que as divergências estaduais podem ser resolvidas com "uma boa conversa". No caso do Distrito Federal, ele entende que a bancada vai ganhar com essa união. "Isso fortalece Brasília, pois tem, também, um grupo muito bom no Cidadania, como Leila (Barros), Cristovam (Buarque), Paula (Belmonte). São pessoas muito comprometidas com cultura e educação", enfatizou.