O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que deixou a liderança do governo em dezembro, fez um desagravo ao procurador-geral da República, Augusto Aras, após senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid pressionarem pela análise do indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e ameaçarem apresentar um pedido de impeachment contra o procurador.
A manifestação foi apoiada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Bezerra classificou a atuação dos senadores da CPI como "intimidação" à Procuradoria. Senadores da CPI ameaçam protocolar um pedido de impeachment contra Aras se a PGR não encaminhar uma decisão sobre o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e de outras autoridades denunciadas pela comissão.
"O Ministério Público possui independência funcional por força da nossa Constituição. Essa independência dos membros do Ministério Pública é uma garantia para a instituição e principalmente para a sociedade brasileira, que deve contar com o pleno exercício de suas atividades a ser norteado não por pressões de qualquer natureza mas, unicamente, pelo respeito às leis e à Constituição", disse Bezerra em discurso no plenário do Senado.
Um pedido de impeachment depende de autorização do presidente do Senado. No plenário, Pacheco manifestou apoio à defesa de Bezerra e defendeu Aras, aprovado pelos senadores para ocupar o cargo na PGR. "Externo, de fato, a confiança no bom trabalho da Procuradoria-Geral da República e na qualidade técnica, profissional e humana do doutor Augusto Aras", disse o presidente do Senado.
Flávio Bolsonaro aciona Conselho de Ética contra Randolfe
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou nesta quinta-feira, 17, que vai protocolar uma representação contra o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) no Conselho de Ética do Senado. Randolfe pressiona o procurador-geral da República a avançar com as investigações contra Jair Bolsonaro após as denúncias encaminhadas pela CPI da Covid.