MEIO AMBIENTE

Bolsonaro mente para presidente húngaro sobre dados do desmatamento

Brasileiro disse a János Áder nesta quinta-feira (17/2), em Budapeste, que o Brasil preserva "63% do nosso território"; contudo, porcentagem diz respeito a áreas de pasto que voltaram a crescer

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que sua conversa com o presidente da Hungria, János Áder, “focou na questão ambiental”. Os líderes se encontraram antes do brasileiro se reunir com o premiê do país, Viktor Orbán, na manhã desta quinta-feira (17/2), em Budapeste.

Bolsonaro disse a Áder que o Brasil preserva “63% do nosso território”. “Nós nos preocupamos até mesmo com o reflorestamento, coisa que não vejo nos países da Europa como um todo. Então, essa informação, essa desinformação passa para o lado de um ataque à nossa economia, que vem obviamente em grande parte do agronegócio", disse ao lado de Orbán em pronunciamento conjunto.

O presidente já utilizou esse número outras vezes, mas não corresponde à realidade. Na verdade, a porcentagem diz respeito a áreas de pasto que voltaram a crescer — a chamada cobertura vegetal secundária.  

O chefe do Executivo também disse que não há desmatamento na Amazônia. "Eu tive a oportunidade de falar para ele o que representa a Amazônia para o Brasil e para o mundo e (dizer) que, muitas vezes, as informações sobre essa região chegam para fora do Brasil de forma bastante distorcida, como se nós fôssemos os grandes vilões no que se leva em conta a preservação da floresta e sua destruição, coisa que não existe", afirmou.

Nos últimos dias, o Greenpeace Brasil fez um novo alerta para o desmatamento na Amazônia, que bateu mais um recorde em janeiro, quando houve um aumento acima de 400% na devastação, em comparação com o mesmo mês de 2021.

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