O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou no sábado (12/2) com militantes da legenda no estado que permanecerá no partido. A imprensa só teve conhecimento neste domingo (13/2). Ele é sondado pelo PSD de Gilberto Kassab para disputar a presidência da República. A pré-candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não ganha a tração esperada por Kassab, com apenas 1% das intenções de voto nas pesquisas recentes.
O tucano também admitiu publicamente pela primeira vez que talvez não honre seu compromisso de não disputar a reeleição por seu estado. Mas os caciques da sigla o pressionam para mudar de posição e garantir o Palácio do Piratini. Apesar de evitar confirmar se estará na disputa, deu a entender que sim. “Tenho essa convicção [ser contra a reeleição]. Mas também tenho a convicção de que não podemos permitir que o estado se perca” - aparentemente nem Leite e nem o PSDB querem perder a cadeira gaúcha.
Se resolver disputar a reeleição, Leite deve garantir um palanque forte para o governador paulista e pré-candidato ao Palácio do Planalto João Doria - o apoio será um exercício político difícil, pois durante as prévias, ambos trocaram duras acusações e causaram uma intensa polarização interna antes do pleito de 2022, desgastando a imagem dos presidenciáveis e expondo o partido de forma negativa à opinião pública.
Com medo de sair menor nesta eleição, o partido se adianta. Um sinal da intensa articulação pelo Palácio do Piratini foi a presença do presidente nacional da legenda no evento, Bruno Araújo. Além da cadeira gaúcha, o partido avalia o cenário paulista e o vice-governador e tucano recém-chegado ao ninho, Rodrigo Garcia, que deixou o DEM após 27 anos filiado. Ele não consegue ganhar musculatura no estado.
O tucanato não está disposto a perder São Paulo após 28 anos no Palácio dos Bandeirantes, desde a gestão Mário Covas e está com uma saudade de 27 anos do Palácio do Planalto, quando ocupou por dois mandatos na gestão de Fernando Henrique Cardoso (empossado em 1995).