ELEIÇÕES 2022

Análise: Cuidado, Bolsonaro! Vai ter de arregar outra vez. Ou acabar na cadeia

O amigão do miliciano Queiroz, responsável direto por 630 mil mortes no país, voltou a flertar com o golpismo, afirma Ricardo Kertzman

Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, é indiscutivelmente o pior e mais danoso presidente que o Brasil já teve. O confisco, de Fernando Collor; a hiperinflação e a roubalheira, de José Sarney; o mensalão e o petrolão, de Lula, o meliante de São Bernardo; a recessão e o desemprego, de Dilma Rousseff; a compra desavergonhada da reeleição, de Fernando Henrique; o "Tem de manter isso aí", de Michel Temer, enfim, nada, absolutamente nada chega minimamente perto do desastre sanitário, econômico, moral e institucional produzido por este desgoverno maldito.

O Brasil jamais esteve tão isolado internacionalmente; jamais foi tão ridicularizado por outros países; jamais, desde o fim da ditadura, foi tão achincalhado e ameaçado por um militar (no caso, um ex-militar de péssima reputação e décima-quinta categoria, o que é ainda pior); jamais esteve tão socialmente dividido; jamais assistiu a tantas crises simultâneas; jamais esteve tão à mercê de grupos assumidamente criminosos; jamais foi tão entregue a tantos "políticos" com fichas criminais tão sujas; jamais, por fim, foi presidido por alguém tão baixo, desqualificado e vil.

Jair Bolsonaro, o maníaco do coronavírus, está colhendo — eleitoralmente! — o que plantou. Aliás, está colhendo o que foi capaz de produzir, ou seja, esterco da pior qualidade. Espero, um dia, vê-lo colher também judicialmente cada pena, relativa a cada crime (em tese) que semeou, plantou, adubou, irrigou e colheu, de rachadinhas a tentativas de golpe, passando por políticas homicidas de apoio à contaminação da população brasileira e, no limite, por boa parte das mortes por covid-19, sem esquecer, claro, dos crimes contra a humanidade que responderá em Haia, na Holanda.

O resultado está chegando sob a forma de um retumbante nocaute eleitoral, onde o devoto da cloroquina será massacrado por um líder de quadrilha mofado e decadente, condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, tão ou mais intelectualmente sofrível, tão ou mais moralmente condenável, tão ou mais desastroso para o país, mas que, com a leniência, frouxidão e cumplicidade moral da maioria dos brasileiros, será eleito presidente da República por representar, na cabeça dessa maioria, um mal menor do que o marido da receptora de cheques de milicianos.

Diante do vexame histórico e eterno — provavelmente inevitável — o farofeiro arregão voltou a flertar com a desqualificação do processo eleitoral. Dessa vez, como nas demais, usou indevidamente o nome das Forças Armadas, querendo dar a entender que contará com o apoio dos militares em uma nova tentativa de ruptura democrática. Coitado do bilontra! Da última vez em que tentou foi acompanhado por meia dúzia de gagás, dois ou três blindados (fumegando como os ‘fumacês da dengue’), cem mil idosos brancos, de classe média, em Brasília e em São Paulo, e, deixe-me ver… Olavo de Carvalho.

O fim da comédia terminou, como todos sabem, com um vexatório apelo de socorro a Michel Temer; uma humilhante carta de desculpas ao ministro do STF Alexandre de Moraes; um rabinho enfiado entre as pernas, bambas de medo; e milhões de cabeças de gado sem rumo, pastando fezes e ruminando ódio, frustração e o mais dolorido sentimento de corno de manso de suas vidas indignas e miseráveis.
Assim, caso tenha se esquecido e tente surrupiar nossa democracia, como surrupia nossa grana, o patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias encontrará a cadeia como destino final. Alternativamente, um outro pedido de arrego, hehe.