Esquerdas

Ciro acusa Lula de destruir partidos aliados na formação dos palanques regionais

Ciro disse que gostaria de ter o apoio do partido liderado por Gilberto Kassab no plano nacional, mas esperará por uma decisão

Ao comentar a formalização da aliança entre o PSD e o PDT para as eleições estaduais no Rio, selada no último dia 2, o pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de "despolitizar" o debate eleitoral e de "destruir" partidos aliados, como PSOL e PSB, na formação de palanques regionais para as eleições gerais de outubro.

O pré-candidato esteve no domingo (6/2) no Rio de Janeiro, onde se encontrou com o prefeito Eduardo Paes (PSD). Ciro disse que gostaria de ter o apoio do partido liderado por Gilberto Kassab no plano nacional, mas esperará por uma decisão.

"O Brasil está vivendo um plebiscito, em que a força dominante, na proporção de 70% a 80%, é contra (o presidente Jair) Bolsonaro. E o Lula está tentando que a questão seja só essa, quando a questão não é só essa", disse Ciro.

"Derrotar o Bolsonaro é uma questão gravíssima, urgente, imediata, mas mais grave do que ela é o que pretendemos colocar no lugar da terra arrasada que vai ficar. Nesse sentido, o Lula tem despolitizado o debate de forma muito perigosa", alertou o pedetista.

Segundo o pré-candidato, o PT errou porque, ao longo de quatro mandatos, não mudou instituições nem ofereceu uma estratégia para fazer o país voltar ao crescimento econômico e ao desenvolvimento.

A aliança entre PDT e PSD no palanque fluminense foi costurada por Paes e pelo presidente nacional do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi. A aliança se dá em torno dos nomes do ex-prefeito de Niterói (RJ) Rodrigo Neves (PDT) e do ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Felipe Santa Cruz (PSD). A definição de quem encabeçará a candidatura a governador ficará para depois.

Ciro acusou Lula de "destruir" partidos aliados na formação dos palanques regionais ao ser questionado sobre como ficará a divisão do palanque no Rio entre a sua candidatura e a do PSD. Kassab tem repetido que pretende ter o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como candidato ao Planalto.

"No Rio, fizemos um entendimento que é local, não tem a ver com a questão nacional, ainda", afirmou Ciro. "Ele (Paes) pertence a um partido que tem candidato (a presidente). Não sou como Lula, que está destruindo os partidos, o PSOL, o PCdoB, o PSB, porque, para o Lula, tem que ficar o PT sozinho. O único partido progressista que resiste a esse assédio é o PDT, já desde antes, com o Brizola", disparou.

"Eu respeito muito e quero que o PSD tenha o tempo dele. Gostaria muito de ter esse apoio, mas respeito o tempo deles", afirmou Ciro.

Sobre as articulações no plano nacional, Ciro disse, também, que é preciso "paciência, paciência e paciência". Segundo o pré-candidato, as articulações são conduzidas por Lupi.

Ao lado de Ciro, o presidente do PDT afirmou que, no momento, "todo mundo conversa com todo mundo" e garantiu que Ciro será candidato em outubro.

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